Confinamento deve crescer 8% em 2018 no PR

Avanço das cooperativas de carnes deve estimular o sistema com animais terminados em cocho. Atualmente, os produtores do Estado têm aproximadamente 130 mil cabeças de gado confinadas
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O avanço das cooperativas de carnes deve estimular o confinamento de animais no Paraná, que deve ampliar em 8% o número de bovinos terminados no cocho em 2018. O Estado tem aproximadamente 130 mil cabeças confinadas.

Embora não tenha tradição na pecuária intensiva, o Estado está em linha com a média nacional de expansão do sistema, estima o gerente nacional de confinamento da DSM/Tortuga, Marcos Sampaio Baruselli. Ele apresentou ontem, em Campo Mourão (PR), os resultados do “Tour DSM de Confinamento”.

O Paraná tem o nono maior rebanho do País, com 9,6 milhões de cabeças e abate em torno de 1,4 milhões de cabeças. As cooperativas de carnes são grupos de pecuaristas voltados para a produção da chamada “carne de qualidade”, cuja observa padrões de acabamento de gordura, marmoreio e idade de abate, que resultam em cortes mais saborosos e macios. O Estado conta com sete cooperativas de carnes, sendo as três maiores a Cooperaliança, Novicarnes e a Maria Macia. O trio responde por 5% do abate do Estado ou 60 mil cabeças.

A maior parte dos produtores que as integram utiliza da terminação no confinamento ao longo de todo o ano – e não apenas na seca – e se beneficiam da oferta farta de milho para alimentar o gado no cocho. O Estado é um dos principais produtores do grão no País, com expectativa de safra de 37 milhões de toneladas na safra 2017/2018, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“O boi está sendo empurrado para as áreas marginais onde a agricultura não é possível e o confinamento é uma ferramenta para o pecuarista ter uma oferta maior, constante e de qualidade”, comenta o presidente da comissão de pecuária de corte da Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep), Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Ele reforça, contudo, que o confinamento responde por uma pequena parte da pecuária do Estado, que ainda tem como base a produção a pasto.

Na visão dele, o que fez com que as cooperativas ganhassem força neste ano foi a busca do produtor por segurança em um ano tumultuado para a pecuária brasileira, devido a Operação Carne Fraca e aos sucessivos escândalos envolvendo a gigante JBS, maior player do setor no País.

“O produtor está procurando segurança comercial, estabilidade nos preços e facilidade na compra de insumos”, avalia o coordenador de projetos da Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão (CooperAliança), Robson Ueno. Um dos atrativos é o preço pago ao produtor, explica Ueno, que chega a ter bônus de 16%sobre o valor da arroba. “Alguns produtores recebem até 25% de bônus”, observa Ueno.

Só neste ano a cooperativa passou a contar com 15 a 20 novos cooperados, em um total de 60 produtores, dos quais mais de 90% fazer terminação em confinamento. “Esses novos cooperados têm um perfil diferente dos que já trabalham conosco e abatem de 3 a 5 mil cabeças por ano, enquanto os cooperados até então tinham como média 600 cabeças ao ano”, diz Ueno. A cooperativa de Guarapuava deve abater 25 mil animais neste ano, ante 22 mil no ano passado e investiu R$ 32 milhões na construção de uma unidade de abate, que deve ser concluída no segundo semestre do ano que vem.

Segundo Baruselli, o Brasil confinou 4,2 mil animais neste ano, 13% a mais que em 2016. “O sistema ainda vai ganhar muita força no Brasil”, afirma ele, acrescentando “a agricultura fez essa tarefa de dar um salto de qualidade com novas tecnologias e a pecuária ainda tem muito a melhorar nesse sentido.”