Contra a crise, prefeitos de Mato Grosso pedem a reabertura de frigoríficos

O Ministério da Agricultura se comprometeu a sentar com os dirigentes dos frigoríficos para tentar reabrir as indústrias ou iniciar a operação por meio de cooperativas
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O Ministério da Agricultura vai convocar frigoríficos que fecharam plantas no oeste de Mato Grosso para tentar reabrir as unidades. Segundo os prefeitos das cidades afetadas, o fechamento das unidades de Mirassol e São José dos Quatro Marcos provocaram a demissão de cerca de 2 mil pessoas.

Para Ronaldo Santos, prefeito de São José dos Quatro Marcos, a expectativa da cidade era de que os recursos liberados para os frigoríficos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garantissem um investimento na cidade por, pelo menos, 20 anos. “Com o fechamento dessa planta, as famílias foram pegas de surpresa e a gestão municipal também, fazendo com que causasse insegurança no nosso município e região. A partir do momento em que os funcionários terminaram de receber o seguro desemprego, automaticamente essas famílias não tinham, sequer, uma única refeição digna diária para oferecer aos seus filhos”, falou.

O Ministério da Agricultura se comprometeu a sentar com os dirigentes dos frigoríficos que fecharam plantas em Mato Grosso para tentar reabrir as indústrias. Se não houver acordo, a segunda opção é incentivar o cooperativismo para a abertura de frigoríficos geridos pelo próprio setor produtivo, com apoio dos governos municipais.

“Nós não podemos permitir que muitas vezes por conta apenas de interesses por lucro, o cidadão seja prejudicado. Então, nós temos que buscar alternativas e a ideia, depois da conversa, se não ocorrer pelo caminho da reabertura, nós vamos pensar na possibilidade de as cooperativas e prefeituras façam com que as plantas voltem a funcionar”, falou o ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki.

O presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social, Ambiental e Turístico do Complexo de Nascentes do Pantanal, que representa 14 municípios do oeste de Mato Grosso, Wemerson Prata, aprova a proposta. “O ministério tem o poder de chamar o empresário e conversar e exigir dele não apenas o lado econômico, mas a parte social para aquela região. É uma bela iniciativa do ministro.”

Apesar do otimismo na negociação, há quem discorde da possível criação de frigorífico gerido por cooperativas. O prefeito de Cáceres, Francis Mares, fala em nome do município com o maior rebanho bovino do estado e que há três anos também teve uma planta fechada. “O frigorífico é uma empresa grande e não adianta nós nos reunirmos para as prefeituras construírem um frigorífico e não ter quem tocar, como foi proposto. Precisamos de profissionais, logística e capital, porque a concorrência é grande”, falou.