A dose da vacina contra a febre aftosa foi reduzida de 5 ml para 2 ml em bovinos e bubalinos, de acordo com Instrução Normativa (IN) publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (22). O LIVRE antecipou a decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em matéria publicada em 22 de junho.
A alteração atende a uma das demandas do setor produtivo e visa reduzir reações adversas em decorrência do óleo mineral da vacina. Segundo Mapa, países, como Argentina, Uruguai e Bolívia já adotam essa prática, com resultados satisfatórios, tanto em relação à diminuição às reações, quanto na preservação da potência da vacina.
Ainda segundo o Ministério, a adequação dos métodos de controle de potência e de tolerância que serão submetidas cada partida de vacina produzida, garantirão a eficácia e a segurança do produto.
A reacão à vacina (abcessos) levou os Estados Unidos a suspender a importação da carne in natura do Brasil no fim de junho. No mês seguinte, Maggi chegou a realizar uma missão ao país na tentativa de reabrir o mercado, mas não teve sucesso e o embargo permanece até hoje.
O diretor-técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, afirma que a redução da dose é segura e poderá diminuir a incidência de abscessos. “Com a diminuição do volume de medicamento, reduz também a probabilidade de rejeição ou reação no organismo do animal”.
A redução da dose foi uma das soluções sugeridas pelo Instituto Pensar Agro (IPA) à Secretaria de Defesa Agropecuária após os Estados Unidos identificarem a presença de abscesso em carne bovina brasileira e suspenderem as importações. Com a Instrução Normativa, a expectativa é que o risco de reação adversa seja reduzido.
Após levantamento técnico, o IPA solicitou as seguintes alterações em janeiro do ano passado: 1) optar pela da via de aplicação subcutânea para minimizar o risco de que a vacinação cause abscessos ou lesões; 2) diminuição da dose dos atuais 5 ml para 2 ml; 3) retirada da saponina dentre os componentes da vacina; e 4) limite da faixa etária da vacinação para animais de até 30 meses.
