Estradas ruins provocam prejuízos para pecuaristas em MT

Dificuldade no transporte de animais em Mato Grosso aumentou em 30% o custo da produção
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A dificuldade no transporte de animais em Mato Grosso aumentou em 30% o custo da produção. Sem frigorífico por perto e com estradas precárias, pecuaristas do norte do estado acabam amargando prejuízos.

Criador de bezerros há mais de 15 anos, Elclides Morales reclama do preço do frete para a sua fazenda, na região de Bandeirantes, a quase mil quilômetros de Cuiabá. Com a maioria das estradas sem asfalto, o transporte acaba custando até três vezes mais do que o frete normal. “Eu pego o calcário na cidade de Nobres, lá eu pago R$ 45, a tonelada, mas no final ele custa para mim R$ 200 a tonelada. Ou seja, eu pago R$ 155,00 só de frete para colocar ele aqui dentro desta fazenda. É um custo muito alto, sem dúvida”, disse.

O valor do diesel na região também é o mais alto do estado, o que obriga os produtores a negociarem os gados pelo preço mais baixo da região. “O preço do bezerro hoje aqui é R$ 100 ou R$ 150 mais barato em relação a outras regiões mais pertos, como Alta Floresta”, disse negociante de gado Leandro Cassani.

Como a cidade de Bandeirantes não possui nenhum frigorífico, o abate de animais é feito em Alta Floresta, a 200 quilômetros de distância. O principal acesso é pela rodovia MT-208, que está com muitos buracos, obras e várias pontes de madeiras em situação precária. Segundo Cassani, acidentes ocorrem o tempo todo, aumentando ainda mais os prejuízos.

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“Eu já tive quatro carretas que tombaram comigo dentro de quatro anos. Na primeira carreta morreram onze bois, na segunda carreta tinha 140 novilhas para confinamento e morreram 40, a terceira carreta tombou bem próximo à cidade e morreram três animais, e agora recentemente tombou outra carreta indo para Alta Floresta, matando mais 20 bois”, disse o negociante.

Caminhoneiro na região há seis anos, Lindenberg Souza dos Santos conhece bem os desafios da rodovia. “É uma aventura, sem contra os gastos que tem com o caminhão(…). Você não tem nem como pedir socorro porque não pega sinal de telefone nessa região. É terrível.”, falou.

Além de todos os gastos e perigos envolvidos no transporte, ainda tem a saúde do animal negociado, que pode sofrer com perda de peso e hematomas durante o trajeto. “Pode-se perder até uma arroba por animal por conta da distância e o transporte não é favorável”, lamenta o presidente do Sindicato Rural de Nova Bandeirantes, Adelino Antonio Rossi.