Mesmo sendo com o maior rebanho bovino nacional, com 30,98 milhões de animais, Mato Grosso ainda se vê distante da aplicação em massa de tecnologias para a produção de carne.
Essa realidade deve ser mudada com uma série de estudos que passam a ser organizados pela Associação de Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT), ou simplesmente, Nelore MT, e desenvolvidos numa parceria público-privada entre o Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (NEPI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Cargill, que atua na fabricação de suplementação animal.
O objetivo foi avaliar o potencial de engorda de novilhas que, ao invés de serem descartadas, renderiam bons negócios ao pecuarista. O experimento revelou um retorno financeiro de 34,6%.
Além de Telles, participaram da live a zootecnista e pesquisadora Kamila Andreatta, coordenadora do Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (NEPI), do campus de Sinop da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e o médico veterinário Lorenzo Pacheco, coordenador de Território Cargill.
Pasto de qualidade
O grande promotor dos resultados observados na pesquisa não foram os aditivos suplementares oferecidos ao lote de fêmeas, mas sim, o pasto, que é a grande chave de sucesso para a engorda das novilhas, segundo a pesquisadora da UFMT.
Análise financeira
O custo de nutrição médio por novilha ao longo do ano, considerando apenas a suplementação, foi de R$ 1.150. Incluindo os custos operacionais, a conta por novilha recriada e engordada dentro de um ano, ficou em R$ 1.700. Se for considerada a compra de cada novilha, por cerca de R$ 1.500 (julho de 2020, quando foi iniciado o estudo) o custo operacional foi de R$ 3.200.
E mais estudos já estão na esteira na parceria da Nelore MT, UFMT e Cargill com a avaliação da engorda de machos, o que servirá ainda mais para incentivar o pecuarista mato-grossense a investir em tecnologia na produção de carne.