As exportações de carne bovina da Argentina podem dobrar em 2018 para um total de US$ 1,8 bilhão graças ao aumento da demanda chinesa e à acentuada depreciação do peso argentino, segundo analistas e especialistas do setor.
Analistas esperam que os envios somem no mínimo 400 mil toneladas, o maior número para a indústria de carne bovina da Argentina nos últimos nove anos, indicando que o setor está se fortalecendo apesar da crise financeira que manchou o governo do presidente Mauricio Macri.
As regulações impostas pela ex-presidente Cristina Kirchner em 2007 e 2015 limitaram as exportações de carne bovina, um produto que muitos argentinos enxergam como parte da sua identidade nacional.
De acordo com dados fornecidos por câmaras setoriais e um analista, as exportações argentinas de carne bovina podem terminar o ano entre 400 mil e 470 mil toneladas. Isso está bem acima das 200 mil toneladas vendidas no ano passado, segundo dados oficiais.
“Como um líder regional, o mercado chinês é o que determinou o aumento substancial do volume”, disse Mario Ravettino, presidente do Consórcio de Exportadores Argentinos de Carne Bovina. A associação espera que o país envie 410 mil toneladas da carne, em embarques avaliados em US$ 1,8 bilhão neste ano.
De janeiro a julho de 2018, a China dobrou as suas aquisições de carne bovina da Argentina para 96,5 mil toneladas, de acordo com o Ministério da Agricultura argentino. Isso representa metade do total de 184 mil toneladas de carne embarcadas na Argentina no mesmo período.
Em maio, a China expandiu suas importações para incluir carne bovina congelada e desossada, bem como carne resfriada com e sem ossos. Anteriormente, a Argentina exportava apenas carne desossada congelada para o país asiático.