Exportação de gado vivo perde ritmo no ano

Venezuela e Líbano afetam exportação de gado vivo

O setor de exportação de boi vivo continua em ritmo lento neste ano, uma tendência já verificada nos anteriores.

Enquanto de janeiro a fevereiro de 2014 as vendas externas de gado em pé somavam 158 mil animais, as exportações deste primeiro bimestre estão em apenas 3.262 cabeças.

Interrupção de vendas para mercados importantes como os da Venezuela e Líbano e perda de competitividade do produto brasileiro devido a câmbio e elevação dos custos de exportação são alguns dos problemas enfrentados pelo setor.

Do lado externo, o mercado agora vai se voltar para o Oriente Médio, diz Gastão Carvalho Filho, da Boi Branco.

Uma das saídas será a Turquia, mas algumas mudanças internas naquele país provocaram um aperto nas margens de lucro das empresas brasileiras.

Do lado interno, Carvalho diz as autoridades do Pará, principal Estado exportador de gado vivo, começam a entender a importância da agropecuária na região.

Isso vai favorecer as exportações e dar mais sustentação à agropecuária.

Ele cita como exemplo a forte queda dos preços da arroba no Estado no período em que as exportações estiveram praticamente paradas.

LICITAÇÃO

O problema da Turquia, segundo o executivo da Boi Branco, é que as compras são centralizadas pelo governo e feitas via licitação. Além disso, o governo exige que o transporte seja feito pelos próprios exportadores.

Atuar nesse setor de contratação do transporte sem conhecimento é uma complicação a mais para os exportadores.

Somam-se a isso exigências de depósitos antecipados do valor de 3% da carga, o que reduz as margens e elevam os fatores de risco da operação.

Outro empecilho para a agropecuária brasileira é que alguns países, como o Egito, passaram a importar gado para cria e recria, uma vez que encontram cereais em abundância, e com preços subsidiados, na Europa, afirma Carvalho.

“Esse setor [de exportação de gado vivo] sempre será um mercado de muita concorrência, uma vez que o Brasil disputa terreno com França, Canadá e Austrália. Mas o Brasil precisa melhorar o marketing do boi vivo brasileiro para ganhar mercado externo”, diz ele.