Exportação de carne bovina sofreu tombo de 43% em junho em relação a maio. No 6o mês do ano, o embarque de carne fresca e congelada movimentou US$ 39,628 milhões ante US$ 70,128 milhões no mês anterior. A queda é ainda maior se comparar com junho de 2017, quando o comércio internacional de carne totalizou US$ 88,412 milhões. A paralisação dos frigoríficos em decorrência do protesto dos caminhoneiros nos 10 últimos dias de maio foi o principal motivo para a queda. A retomada dos abates foi lenta e a indústria ainda precisou realocar a mercadoria que ficou parada nas indústrias.
No campo, o pecuarista acumula queda na renda com a baixa do preço da arroba. O preço médio do boi gordo chegou a R$ 133 em março e em junho caiu para R$ 127, na média para compra à vista. “As exportações estavam bem e o produtor estava conseguindo recuperar parte da renda com a retomada de preços, mas perdeu ritmo em maio e junho. Agora vamos entrar no período de entressafra, quando o preço pode aumentar um pouco em virtude da escassez de boi gordo”, explica o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Tulio Duarte Soares.
De acordo com ele, o mercado é preponderante na tomada de decisão do produtor com relação ao confinamento. “Como maio e junho foram atípicos devido à paralisação dos caminhoneiros, os produtores seguraram mais um pouco para ver se haverá recuperação e decidir quanto será confinado. Além disso, o pecuarista ainda está de olho no preço do milho para ver se os custos vão compensar”.
Com relação às exportações, o presidente da Acrimat acredita que em julho o comércio deve ser restabelecido e aposta em um 2o semestre mais movimentado, como aconteceu ano passado. “Em 2017, as exportações só ganharam força a partir de julho, e Mato Grosso superou São Paulo com exportações de US$ 1,1 bilhão em carne bovina”.
No acumulado do ano, a exportação de carne representou US$ 417,4 milhões, volume 10,4% menor do que o registrado de janeiro a junho do ano passado, que foi US$ 466,4 milhões.
