Fazenda Platina investe na ILP

Fazenda Platina investe na Integração Lavoura-Pecuária e alcança alta produtividade
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Os resultados altamente lucrativos com a pecuária inserida em um sistema de integração com a soja e o uso de ultrassonografia de carcaça para apartar o gado no semiconfinamento são os destaques da fazenda Platina, localizada em Santa Carmem, que ficou entre as sete propriedades finalistas do prêmio Sistema Famato em Campo de 2017. A propriedade foi uma das primeiras a iniciar o sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP) na região médio-norte de Mato Grosso.

Esta é a quinta matéria de uma série especial divulgada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) com o objetivo de apresentar cada uma das sete propriedades rurais que participaram da premiação no ano passado.

Originária do Rio Grande do Sul, a família Antoniolli chegou em Mato Grosso no início da década de 1980. A porta de entrada foi o município de Sinop, onde primeiramente os irmãos apostaram na atividade madeireira e em 1987 abriram as primeiras áreas destinadas à formação de pastagem.

Pioneiros no sistema ILP em Mato Grosso, os produtores da fazenda Platina iniciaram em 2000 a integração com arroz e em 2004, contrariando as previsões pessimistas, inseriram a soja no sistema.

Atualmente, produzem em uma área de 2.400 hectares, sendo desses 60% destinados à bovinocultura de corte e 40% à soja. “Não fazemos safrinha com milho porque para nós é mais viável compramos dos nossos vizinhos e destinar uma área maior para a pastagem”, informa Juliano Antoniolli, filho de Waldemar e gestor técnico da fazenda.

O rebanho da Platina corresponde a 4.000 animais das raças nelore, angus e charolês. Os animais são criados e recriados a pasto e engordados em semiconfinamento. Em 2017 foram terminados 1.123 machos com peso vivo médio de 496 kg em uma lotação de 3,69 animais/ha. A produtividade chega a 21,11@/ha de boi gordo.

As pastagens são compostas em sua maioria de piatã e brizanta, a recuperação das áreas degradadas é feita por meio do cultivo da soja. “Em vez de gradearmos e revirarmos o solo, decidimos inserir a agricultura e na safra seguinte renovamos a pastagem”, explica o gestor técnico.

Na safra 2016/2017 a soja foi semeada em 1.091 hectares, a produtividade média foi de 64,17 sc/ha. As máquinas usadas na agricultura são as mesmas para o cultivo de pastagens. O gestor técnico assegura que é possível aumentar a receita fazendo dois ciclos de engorda, ou seja, estabelecendo três safras em 12 meses (soja, boi e boi).

Juliano diz que os benefícios da integração vão muito além da questão econômica. Ele relata que desde a inserção da agricultura houve um aumento significativo de matéria orgânica no solo, da reciclagem dos nutrientes, principalmente do enxofre, cálcio e potássio. Além disso, o manejo integrado promove, segundo ele, ótima conservação do solo, evitando lixiviação e erosão. O sistema também propicia a quebra do ciclo de pragas e doenças e mantém área produtiva durante todo o ano.

Segundo Juliano, esses resultados atraem visitas importantes na fazenda. “Entre os visitantes ilustres que recebemos está o pesquisador Rattan Lal, ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2007. Também recebemos treinamentos comercias e dias de campo da Embrapa sobre Integração”, conta Juliano Antoniolli.

Em busca de mais eficiência foram adquiridos cochos móveis para facilitar o manejo e também foi implantada a ultrassonografia de carcaça para aparte, gerando redução do custo da arroba produzida, promovendo a padronização das carcaças e eliminando o boi ineficiente que come muito e ganha pouco peso, o que possibilita economia de diárias de cocho.

Em um futuro próximo, os produtores da Platina pretendem implantar na propriedade uma plataforma de pesagem automática diária dos animais. Eles deverão ser a primeira fazenda a adotar o sistema na recria.

Sobre o prêmio – O Prêmio Sistema Famato em Campo é uma iniciativa da Famato, do Senar-MT e do Imea. Surgiu em 2015 com o objetivo de identificar no estado práticas diferenciadas da pecuária de Mato Grosso.

Na segunda edição, em 2016, buscou fazendas que desenvolvem sistemas com integração de culturas diversificadas, incluindo produção agrícola, pecuária e floresta.

Em 2017, o foco foi identificar propriedades rurais que apostassem em inovação criativa, além de reconhecer o esforço dos produtores rurais empreendedores que investem no conhecimento de novas tecnologias para atender mercados crescentes de qualidade e inovação na produção.

As sete propriedades receberam o troféu Sistema Famato em Campo. Entre elas também estão as que foram reconhecidas como referências em suas respectivas regiões em Mato Grosso. E duas fazendas foram escolhidas para participar de uma Missão Técnica no exterior em 2018.