A bovinocultura de corte respondeu por 70,75% do faturamento da pecuária mato-grossense em 2016, quando somou R$ 15,306 bilhões. No decurso do último ano, a atividade movimentou R$ 10,829 bilhões nas propriedades que investem na criação de gado, segundo levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que avaliou ainda o desempenho da pecuária leiteira, da suinocultura e avicultura. Comparado com o resultado de 2015, quando o Valor Bruto da Produção (VBP) da bovinocultura de corte atingiu a cifra de R$ 11,545 bilhões, houve redução de 6,20% no faturamento. A atividade foi afetada pela redução de preços da arroba do gado, segundo a Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Mapa, que apura a receita com a venda dos produtos no mercado. Interferência semelhante foi observada na cadeia produtiva do leite, motivada pela queda no consumo e redução de preços dos derivados. Em Mato Grosso, a pecuária leiteira movimentou R$ 620,239 milhões no último ano, sendo 8,04% a menos que em 2015, quando foram registrados R$ 674,518 milhões de receita bruta.
De acordo com a SPA, os primeiros resultados do VBP em 2017 mostram melhora de resultado da maior parte das atividades da pecuária. Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco de Sales Manzi, a crise econômica brasileira iniciada no fim de 2014 recrudesceu com a falta de credibilidade do governo e atingiu todos os setores produtivos, não escapando nem mesmo as atividades ligadas ao agronegócio, que é a grande base da economia estadual. “Acho que essa falta de confiança foi amenizada”.
Para ele, há chances de o consumo interno – que absorve 20% da produção de carne bovina – ser retomado ainda este ano. Na avaliação de Manzi, a condição de maior produtor da proteína vermelha do país favorece Mato Grosso nesse contexto de ampliação de mercado internacional. “O importador sabe que terá condição de ser bem atendido aqui”. Manzi observa que o rebanho bovino matogrossense equivale a um terço do rebanho dos Estados Unidos, é quase 3 vezes superior ao rebanho do Uruguai e equiparado à quantidade de bovinos mantidos na Austrália.