Governo pode reduzir ICMS a 2,5% para evitar terceira crise na pecuária

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) havia pedido, na semana passada, para que a alíquota fosse zerada, medida que foi negada pelo Governo
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Fávaro recebe pecuaristas e estuda medida emergencial para evitar “terceira crise” no segmento

A secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) estuda baixar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pela saída interestadual do boi em pé de 7% para 2,5%. A medida serviria de auxílio para os pecuaristas que estão recebendo os pagamentos pelo gado bovino a prazo, após decisão anunciada pela JBS, detentora de quase 50% dos frigoríficos em Mato Grosso.

A proposta foi apresentada durante reunião nesta quarta (24) no Palácio Paiaguas. O estudo já tem o aval do vice-governador Carlos Fávaro e deve ser apresentado nos próximos dias na secretaria estadual de Fazenda (Sefaz). A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) havia pedido, na semana passada, para que a alíquota fosse zerada, medida que foi negada pelo Governo.

Fávaro pontua que a decisão é emergencial e temporária e que serve para evitar uma possível “terceira crise” para a pecuária mato-grossense. Ele cita essa questão em lembrança da Operação Carne Fraca e da colaboração premiada dos proprietários da JBS.

Uma solução rápida do Governo Estadual traria competitividade ao setor, que já enxerga a possibilidade de uma queda nos preços da arroba bovina.

“A JBS está com uma hegemonia de plantas aqui em Mato Grosso, quase 50% dos abates são feitos por essa empresa. Nós não queremos que ela quebre, mas nós temos que nos precaver e tomar atitudes importantes para manter ativo esse setor tão importante do Estado”, disse Fávaro.

O vice-governador explica, ainda, que a partir disso os pecuaristas poderiam abater seu gado em lugares como Goiás e São Paulo. Também está sendo estudada a reabertura de unidades de processamento e a atração de novos investidores para o setor frigorífico em Mato Grosso.

Produtores

Luis Olavo Sabino, produtor rural de Alta Floresta, afirma que apesar da cartelização da JBS, a torcida é para que a empresa se mantenha atuando em Mato Grosso. Ele conta que apesar de ter suspendido o pagamento em imediato, o conglomerado está, através do  seu banco, descontando notas promissórias para que o pagamento possa ser efetuado à vista.

O pecuarista diz que o setor está apreensivo, mas que as expectativas para o futuro são boas. “Nós acreditamos que o setor vai se manter de pé e que empresas como o Minerva, Marfrig e até JBS vão continuar abatendo. Com certeza todos juntos vamos achar uma solução para Mato Grosso, que é um Estado que vive da agropecuária”, defende.