Imea projeta aumento na produção de algodão e queda nas de milho e soja

Para 2018, as expectativas de melhorias na economia brasileira podem movimentar a demanda interna por carne
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

Das principais commodities agrícolas produzidas em Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta uma projeção significativa de aumento de 15,8% na área e 9,5% na produção do algodão. Em relação ao milho, a previsão é de queda de 18,75% na produção e  10,34% na área de milho.

No caso do milho, diferentemente de 2017, cuja produção alcançou 30,45 milhões de toneladas, a perspectiva para 2018 é de que os produtores colham cerca de 24,74 milhões de toneladas. A produtividade média deve ficar em 97,1 sacas por hectare, ou seja, 9,37% a menos do que no ciclo anterior (107,1 sacas/ha).

Os dados fazem parte do balanço da produção agropecuária de Mato Grosso em 2017 e das projeções para 2018, divulgados nesta quinta-feira (14/11).

O cenário de incertezas climáticas e os preços baixos são os principais fatores para tais quedas. Conforme o gestor técnico do Imea, Ângelo Ozelame, o alto custo de produção continua pesando no bolso do produtor mato-grossense e isso, consequentemente, pode reduzir os investimentos em tecnologia.

Em relação ao algodão, apesar de as condições climáticas da nova safra serem decisivas, a previsão para a cultura é animadora. A área e a produção irão aumentar, mas há uma leve perspectiva de queda de 5,40% na produtividade devido a fatores climáticos.

No caso da soja, a estimativa é de estabilidade na área, com um aumento de 0,17%. Mas existe uma expectativa de queda na produtividade de 2,31% e, consequentemente, uma queda na produção de 2,14%. “Porém ainda é uma produção bastante significativa para Mato Grosso, de 30,6 milhões de toneladas, apesar dessa queda na produtividade”, explicou Ozelame.

Há também uma expectativa de redução nos custos de produção de soja em comparação à safra passada, motivada pela queda no dólar.

Pecuária

Na bovinocultura de corte, o pecuarista sofreu com a queda nos preços da arroba do boi. A retração foi bem expressiva devido a problemas da porteira para fora, como a operação Carne Fraca, a delação do grupo JBS e o embargo dos Estados Unidos a carne brasileira. Mas o segundo semestre foi de recuperação e o preço da arroba do boi deve terminar o ano acima de R$ 130.

Para 2018, as expectativas de melhorias na economia brasileira podem movimentar a demanda interna por carne. Além disso, a demanda crescente da China, Hong Kong e Irã deve manter as exportações da proteína animal aquecidas.

De acordo com Ozelame, com uma maior quantidade de fêmeas descartadas, o abate total de bovinos em Mato Grosso pode crescer em relação a 2017.

Leite

No setor lácteo a atenção deve ser com a perspectiva de preços estáveis. No entanto, há mais possibilidade de queda do que de alta. Existe uma instabilidade quanto à produção e custo devido aos riscos climáticos.

Conjuntura Econômica

No cenário nacional, a previsão para 2018 sob o ponto de vista econômico é positiva. O Produto Interno Bruto (PIB) inicia o ano com uma projeção de crescimento de aproximadamente 2,6%. Há uma tendência de estabilidade nas taxas de juros, incentivando assim os investimentos na economia do país.

“Este deve ser um ano positivo para o Brasil. Com a recuperação, principalmente, dos empregos e isso beneficia o agronegócio brasileiro, especialmente de Mato Grosso. Esse é um cenário muito mais positivo do que foi 2017, porém, cheio de desafios”, confirmou o superintendente do Imea, Daniel Latorraca.

Para ver o estudo completo clique aqui.