Um levantamento foi feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, adaptado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, com base nos dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, mostra os maiores focos de calor, no contexto de incêndios florestais.
Terras indígenas e projetos de assentamentos foram os locais com mais focos de calor, com 6,16 e 7,47 por 100 km² respectivamente. Ao todo são 150 mil km² de áreas indígenas que em 2024 registraram 9.234 focos de calor. Já os assentamentos, com quase 3 mil km², tiveram 219 focos.
As áreas produtivas regularizadas, ou seja, propriedades rurais, representam 53,6% da proporção territorial do estado e registraram proporcionalmente o menor número de focos de calor. Ao todo, são 484.416 mil km², com apenas 4.806 focos, menos de 1 foco para cada 100 km².
Para o Presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Ribeiro Junior, além do ciclo da pecuária em baixa o incêndio é o maior vilão da produção. “O ano de 2024 está se mostrando um ano muito ruim para o produtor rural. Além dos preços das comodities muito baixos, ainda sofremos com os incêndios que não deram trégua. Como se não bastassem essas adversidades o produtor ainda é acusado por grande parte da mídia, ONGs e uma parte expressiva da população das cidades, de provocar a maioria desses incêndios. Imagine um empresário colocando fogo em sua empresa ou indústria, resultando em destruição de seu patrimônio e de sua fonte de renda. É exatamente isso que não queremos que aconteça conosco” enfatiza o Presidente.
Para o produtor, um incêndio na propriedade causa destruição das pastagens, lavouras, morte de animais, destruição de cercas, currais e maquinários, onde a recuperação, seja do solo ou do patrimônio, pode se estender por anos.
“Felizmente um estudo organizado pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, colocou um ponto final nessa dúvida, mostrando que as áreas regularizadas provocam menos de um foco de incêndio para cada 100 km², enquanto as áreas de reserva ambiental, terras indígenas ou terras irregulares chegaram a quase dez vezes mais. Isso comprova, com dados científicos de satélite, que o produtor regularizado é o maior penalizado nisso tudo, porque além da perda do patrimônio, precisa responder criminalmente sobre o ocorrido, o que não acontece com as outras áreas onde não se imputa culpa a ninguém”, finaliza Oswaldo.