O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea -MT) vai divulgar em breve os resultados da 1ª Etapa da campanha de vacinação do rebanho bovino e bubalino contra febre aftosa, cujos trabalhos foram finalizados no último dia 11 de julho. Em relação à brucelose, a primeira etapa da campanha também foi concluída, mas a segunda fase, iniciada no dia primeiro de julho, prossegue até 31 de dezembro. Esta vacinação precisa ser feita uma única vez nas fêmeas com idade de 3 a 8 meses e em fêmeas com idade superior a 8 meses – é proibida em machos de qualquer idade.
As bezerras imunizadas devem receber a marca com a letra V, acompanhada do algarismo final do ano da vacinação, por exemplo: V6.
A multa para quem deixar de vacinar os animais dentro do período da campanha é de 2,25 UPF (Unidade Padrão de Fiscal) por cabeça de gado não vacinado.
O Programa Nacional de Combate à Brucelose tem apresentado resultados significativos. Em Mato Grosso há o Programa Estadual de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PECEBT), cujas ações começaram em 2003. Desde então a prevalência de brucelose no rebanho estadual caiu de 10,2% para 5,1%. Estes dados se tornaram destaque de uma dissertação de mestrado, apresentada pela responsável pelo PECEBT, doutora Janice Barddal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Conforme Francisco Manzi, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o Estado produz mais de 1,3 milhão de toneladas de carne bovina por ano, das quais exporta mais de trezentas mil toneladas.
Alimentar o Brasil e mais de 100 países com proteína animal de qualidade exige responsabilidade no controle sanitário para garantir também a credibilidade no nosso produto. Daí a importância dos programa nacional e estadual de combate à brucelose.
Recentemente, Emanuelle Baldo Gaspar, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, e Lenita Ramires dos Santos, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, publicaram um artigo entitulado: “A vacinação de bovinos e o potencial de proteção dos animais”, onde dizem que: “Mesmo que as vacinas não sejam capazes de proteger todos os indivíduos, ao considerarmos a população imunizada, a vacinação gera o que conhecemos como ‘imunidade de rebanho’, que significa que, se a maioria dos animais está protegida pela vacinação, a circulação do agente causador da doença naquela população diminui e o risco de infecção em animais sadios também. Este fenômeno é tão importante que algumas doenças, como a varíola humana e a peste bovina, já foram erradicadas em todo mundo. Para outras doenças, tais como a febre aftosa, mesmo não havendo erradicação mundial a condição de área livre da doença pode ser atingida com o uso sistemático da vacinação.”
As pesquisadoras ainda dizem que embora apenas as vacinas contra febre aftosa e brucelose sejam obrigatórias para bovinos no Brasil, vale a pena definir um calendário sanitário anual que inclua outras vacinas. Este planejamento deve ser feito junto ao médico veterinário, que é o profissional indicado para identificar as doenças que ocorrem em sua região/propriedade. Embora a vacinação possa representar trabalho extra e tenha um custo, este é normalmente muito menor que as perdas ocasionadas pelas doenças, tanto com a perda de animais, quanto com a queda de produtividade e desempenho.