Investimentos da porteira para dentro

Superintendente da Acrimat, Francisco Manzi, destaca os investimentos e esforços dos pecuaristas de MT no manejo de pastagens
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Francisco Manzi_superintendente_AcrimatO investimento em reforma de pastagens é a principal ferramenta para a pecuária moderna, sendo que a intensificação é palavra-chave que os pecuaristas mato-grossenses têm usado na hora de escolher os investimentos para dentro da porteira. É o que o aponta o Panorama da Pecuária de Mato Grosso 2016, realizado no primeiro semestre do ano nas principais regiões do estado. O estudo foi realizado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), e traz dados sobre os sistemas de produção e também métodos utilizados na melhora da produtividade. De acordo com os estudos, o “ciclo completo” é o mais frequente nas propriedades, seguido da ‘cria’, e juntos, eles somam mais de 60% dos sistemas de produção do Estado. Na engorda, Mato Grosso reforça sua tradição no ‘boi à pasto’, que abrange 81,5% do rebanho estadual. Segundo o superintendente da Acrimat, Francisco Manzi, esse número referenda o reflete os investimentos e esforços dos pecuaristas de Mato Grosso no manejo de suas pastagens.

As modalidades de confinamento e semi-confinamento registram 6,4% e 12,1%, respectivamente. Já da área produtiva total de Mato Grosso, as pastagens ocupam 70,3%, com 23,5 milhões de hectares. Segundo o panorama, 30% dos pecuaristas realizaram a integração com a agricultura. Apesar desse número, a Associação dos Criadores destaca o comprometimento dos pecuaristas com a produtividade. Manzi explica, que a conversão dessas áreas é crucial para a pecuária, já que 62% desses produtores utilizam a agricultura como ferramenta para aumentar a produtividade e rentabilidade das pastagens, e devem retornar à pecuária. Dessa forma, ficou constatado que a atenção com a produção de alimento para o rebanho tem valido a pena, pois metade dos produtores que realizaram a integração afirmam que tiveram melhora na produtividade e outros 41% tiveram aumento na produção, segundo o Panorama.

Na intensificação, o estudo mostrou que 48,5% investiu nos pontos fortes de produção: alimentação e nutrição (35,4%) com manejo de pastagem e suplementação a pasto, infraestrutura (27,7%) com piquetes, bebedouros e balanças, e a genética (22%) com a compra de touros e inseminação artificial. E nesse cenário de gestão enxuta da propriedade, o crédito é a alavanca para novos projetos. Dos produtores que não realizaram intensificação, mais de 45% alega que a dificuldade de obtenção de capital foi fator predominante na hora da tomada de decisão.

Em relação à produção, alimentação e comercialização, os estudos apontam que a pecuária rentável passa pela gestão e planejamento de cada etapa de seus ciclos. Sendo que mesmo com investimentos em tecnologia, genética e infraestrutura, o pecuarista ainda tem um grande desafio a comercialização do rebanho. Conforme comenta Fábio da Silva, gerente de Projetos da Acrimat, não adianta ser eficiente somente da porteira para dentro, o pecuarista precisa estar preparado para comercializar sua produção e garantir margens positivas. A negociação a termo, por exemplo, que previne a oscilação de preços e traz mais segurança nas margens de negociação, poderia ser mais explorada pelos produtores.