A delação dos proprietários da JBS (Friboi) Joesley e Wesley Batista, firmada com o Ministério Público Federal (MPF) e que atingiu em cheio o presidente da República, Michel Temer (PMDB), levou à desvalorização da multinacional de carnes. Rumores começam a surgir de que o grupo irá fechar frigoríficos em Mato Grosso e Rondônia. A empresa, no entanto, negou ao Jornal A Gazeta a intenção de paralisar unidades e reafirma que mantém normalizadas as operações de abate no Estado.
Na tentativa de evitar a piora nas condições de comercialização do gado, pecuaristas pediram ao governo de Mato Grosso a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda de bovinos vivos para outros estados. Nessas operações comerciais o pecuarista paga 7% de ICMS. Para o setor, a cobrança somada ao custo do frete inviabiliza as negociações. Os pecuaristas também apressam o Executivo estadual no processo de adesão ao Sistema de Fiscalização do governo federal. As propostas foram formalmente entregues pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) na última sexta-feira (19).
A atitude mobilizou o setor frigorífico, contrário às propostas dos pecuaristas, a protocolar nessa terça-feira (23) um ofício rebatendo os argumentos da Acrimat. Para o Sindifrigo/MT, a alíquota do ICMS cobrado pela saída do “boi em pé” deveria ser majorada.
O posicionamento do segmento frigorífico é que, ao zerar a cobrança do ICMS na venda de bovinos vivos, haverá uma nova derrocada de empresas do ramo em Mato Grosso. Já a elevação de 7% para 12% na alíquota contribuiria para corrigir a defasagem na oferta de bovinos no Estado. Estudo encomendado pelo Sindifrigo/MT apontou que em 2016 foram abatidos, em média, 55,325 mil animais fora de Mato Grosso. Esse número permitiria manter 7 indústrias no Estado, sustenta o sindicato.
