Todas as unidades de abate do Grupo JBS em Mato Grosso retomaram as atividades nesta segunda-feira (27). Os 33 frigoríficos que haviam paralisado o processamento de carnes por 3 dias (quinta, sexta e sábado) voltaram a operar. No Estado, o Grupo mantém 11 unidades, sendo que 10 haviam suspendido os trabalhos. Apenas a planta de Diamantino funcionou normalmente. Ao todo, a JBS possui 36 fábricas no país. O retorno aos abates, no entanto, apresenta redução de 35% na capacidade produtiva, número que não foi detalhado pela empresa por uma questão estratégica de mercado.
A empresa não informou por quanto tempo o processamento de carnes será reduzido, uma vez que a medida visa ajustar a produção ao mercado, até que se tenha uma definição sobre os embargos impostos pelos importadores do produto brasileiro, em decorrência da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no dia 17, que interditou 5 frigoríficos até agora, de um total de 21 investigados.
No último fim de semana, China, Chile e Egito engrossaram a lista de reabertura do mercado à carne produzida no Brasil, junto com a Coreia do Sul. Mas, nesta segunda-feira (27) o número de países com algum tipo de restrição ou solicitação de informações em relação ao produto brasileiro chega a 31, segundo divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Entraram para a lista o Peru, que fez a suspensão temporária de 2 frigoríficos, além do Bahrein, Marrocos, Zimbábue, Santa Lúcia e Irã.
Luiz Freitas, presidente do Sindifrigo/MT, considera que ainda não há motivos para comemoração. “Não podemos ter excesso de otimismo. Acredito que ainda leve uns 90 dias para recuperarmos os mercados”. Segundo ele, Mato Grosso vem operando com cerca de 70% do ritmo normal esta semana. O setor já acumulava uma ociosidade de 30% nos abates.