O aumento da liquidez de crédito voltado para a pecuária sustenta uma perspectiva positiva para o setor neste ano, afirma o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio Soares. “Este ano, com a queda dos juros, as instituições financeiras estão mais disposta a emprestar”, disse Soares ao Broadcast Agro, antes do início da InterCorte, realizado entre hoje e amanhã em Cuiabá (MT). Para Soares, a disponibilidade de crédito pode incentivar a adoção de tecnologias por parte dos pecuaristas e elevar a produtividade nas fazendas.
Além disso, o representante afirma que a relação de troca entre a venda do boi terminado e a compra de bezerros para engorda está melhor este ano, o que favorece as margens dos criadores. Segundo ele, no ano passado, na região de Rondonópolis (MT), era possível comprar apenas 2 bezerros com a venda de 1 animal terminado. Hoje, esta relação aumentou para cerca de 2,3 a 2,4. “O ideal é três, mas já está melhorando”, diz.
Para Soares, o mercado já está se recuperando dos abalos sofridos no ano passado com a Operação Carne Fraca e as delações dos sócios da JBS, que geraram uma série de incertezas no setor. “Os ânimos estão mais acomodados”, afirma. De lá pra cá, novas unidades foram abertas no Estado, diversificando as relações comerciais dos pecuaristas. No entanto, ainda há algumas incertezas. Na semana passada, o frigorífico RS, da região de Juína (735 km de Cuiabá), teve o pedido de recuperação judicial aceito. A empresa estava abatendo cerca de 200 a 300 cabeças por dia, ante uma capacidade instalada de cerca de 4 mil cabeças.
