Ampliar e aprofundar conhecimento é uma visão cada vez mais incorporada no campo. Para aumentar a produtividade e a renda nas propriedades, agropecuaristas buscam conhecer mais sobre a atividade que desenvolvem. Este mês, entre os dias 8 e 9 de março, pecuaristas de todas as regiões de Mato Grosso e do país vieram a Cuiabá para conhecer novas ideias e técnicas que poderão ser incorporadas nas propriedades. Durante a Intercorte 2017, evento itinerante que promove debates sobre toda a cadeia produtiva pecuária, foram realizados debates sobre sustentabilidade, cria, intensificação e carne. Além de Cuiabá, a Intercorte será realizada em Ji-Paraná (RO), Campo Grande (MS), Araguaína (TO) e São Paulo (SP).
“A pecuária tem ciclos de rentabilidade. (A partir de 2015) os custos se elevaram e o preço da arroba do gado reduziu, inclusive porque o consumo no mercado interno e externo diminuiu”, observa o presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge Pires. Uma das alternativas para evitar essas oscilações é ampliar mercados e criar mecanismos de valorização da carne mato-grossense e brasileira, avalia.
A promoção global do potencial agrícola e pecuário brasileiro tem sido feita pelo governo por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), comandado pelo ministro Blairo Maggi. A qualidade da carne mato-grossense começa a ser difundida com o apoio do Instituto Mato-grossense de Carnes (Imac), criado em 2016 e que agrega todos os agentes da cadeia produtiva pecuária. Entre as ações incorporadas pelo Imac está a criação de um selo oficial para a carne mato-grossense.
A partir do 2º semestre deste ano, a carne produzida localmente será comercializada com o selo do Imac nas lojas da rede varejista Carrefour, como lembrou o governador Pedro Taques (PSDB) na abertura da Intercorte 2017. “Nós assumimos o compromisso que todas as lojas do Carrefour terão carne de Mato Grosso com o selo do Imac. Precisamos conquistar mercados”.
Em apoio às ações do Instituto, o governador confirmou o repasse de R$ 900 mil ao Imac. O recurso será empregado principalmente para desenvolvimento de um sistema que conectará balanças instaladas nos frigoríficos. “Tivemos que desenvolver um sistema para controle e que interligará a Sefaz, Sema e Indea e que checará também questões de rastreabilidade”, explicou o secretário adjunto de Agricultura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Alexandre Possebon.
Presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio Duarte Soares, destaca a importância de levar informação aos pecuaristas. Para ele, eventos como a Intercorte contribuem para tornar a pecuária mais eficiente e eficaz. “Em 2016, 15% dos nossos animais foram abatidos com menos de 24 meses. É uma evolução. Estamos sendo mais produtivos e mais eficientes”, afirmou.
Na avaliação do gerente de Pecuária da Agropecuária CFM e especialista do setor de pecuária de corte, Tamires Neto, o ganho de produtividade na pecuária advém de investimentos, tanto em sistemas integrados, quanto em recuperação de pastagens e melhoria genética. “Não tem como produzir mais arrobas por hectare se não tem genética de qualidade. É preciso fazer uma pecuária de ciclo curto”.
