A Marfrig Global Foods confirmou nesta segunda-feira (3) a reabertura de uma planta frigorífica em Nova Xavantina (a 660 km de Cuiabá) a partir da 2ª quinzena deste mês. Além da unidade de Mato Grosso, o grupo pretende reabrir uma unidade em Pirenópolis (GO). Segundo a empresa, “a medida é motivada pela maior oferta de bovinos para abate no Brasil, provocada, sobretudo, pelas características cíclicas deste mercado, e do atual cenário macroeconômico”.
Além dessas reativações, a empresa está expandindo as linhas de produção em Paranatinga (MT), Mineiros (GO), Tucumã (PA) e Chupinguaia (RO). “As reaberturas e ampliações estão alinhadas com a estratégia de crescimento sustentável e deverão ampliar a capacidade operacional da divisão Beef no Brasil em 25%, além de contribuir para a geração de novos empregos nas respectivas regiões”, diz a empresa na nota.
A confirmação de reabertura da unidade de Nova Xavantina ocorre 20 dias após o anúncio da Minerva de reativação de uma planta em Mirassol d’Oeste, com capacidade de abate e desossa de cerca de 1,1 mil cabeças por dia.
A novidade confirma o interesse de empresas em reativar unidades no Estado, devido às condições enfrentadas pelos pecuaristas para a venda do gado, já que Mato Grosso detém o maior rebanho de bovinos do país, com 30,2 milhões de cabeças, e tem grande concentração de abates na JBS, que detém 43% do mercado frigorífico no Estado.
De acordo com Maria Ester Tiziani Fava, diretora regional da Associação dos Criadores (Acrimat), a concentração de mercado na região do Vale do Araguaia é ainda maior, porque a JBS é a única empresa e detém 3 plantas, em Barra do Garças, Água Boa e Confresa. “Com isso os produtores não têm poder de negociação e quando a escala de abate está lotada ficamos sem opção para abater”.
José Carlos Biesdorf, vice-presidente do Sindicato Rural de Nova Xavantina, informa que a planta estava fechada desde 2014, quando foi arrendada pela Marfrig. A capacidade de abate passa de mil cabeças/ dia. Além de aumentar as possibilidades aos produtores, a nova unidade vai gerar mais emprego, renda e arrecadação de impostos à cidade. “A empresa deve abrir mais de 700 empregos. Desde sexta-feira (30) já recebemos mais de 600 currículos”.
Sem citar nomes, o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos (Sindifrigo/MT), Luiz Antônio Freitas Martins, afirma que há mais empresas interessadas em reativar ou em abrir plantas em Mato Grosso. Segundo ele, a reabertura da Marfrig deve gerar mais concorrência na região.