Mato Grosso contribuirá com 500 mil euros – cerca de R$ 1,805 milhão – para ajudar o Brasil a ocupar posição de conselheiro no Fundo Mundial para Saúde e Bem-estar Animal, ligado à Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE), da qual participam 178 países. Como detém o maior rebanho bovino brasileiro, Mato Grosso assegurará 50% da quantia necessária para “troca de assento”.
O governo brasileiro precisa de 1 milhão de euros, algo equivalente a R$ 3,620 milhões pelo câmbio atual, para migrar da condição de ouvinte e passar a ter poder de voto nas reuniões do Fundo internacional. O pleito foi formalizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – comandado por Blairo Maggi – ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), que por sua vez direcionou a demanda ao Fundo Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (Fesa). O Fundo Estadual confirmou a disponibilidade voluntária do recurso durante reunião nesta sexta-feira (23).
O Fesa é mantido com a contribuição dos pecuaristas, que arrecadam uma taxa sempre que enviam o gado para abate. Foi criado pela Lei Estadual 9.293 e regulamentado por meio do Decreto 2.317/2009. É formado pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Associação dos Criadores (Acrimat), Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos (Ovinomat) e Sindicato das Indústrias Frigoríficas (Sindifrigo). O Indea e o Mapa participam.
Presidente do Fesa, Rui Prado, avalia que a mudança de status do Brasil no Fundo Mundial dará mais condições para que o país e Mato Grosso orientem medidas ajustadas aos interesses e necessidades locais. O Brasil – e indiretamente Mato Grosso – quer colocar suas proposituras, deixar de ser ouvinte e passar a ter voz ativa, explica Prado.
Umas das medidas esperadas envolve a segurança sanitária dos rebanhos em outros países da América Latina, como Venezuela e Bolívia, que têm 700 km de fronteira com Mato Grosso. O Estado aspira o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, mas só pode garantir a segurança interna, lembra o superintendente do Fesa, Juliano Latorraca Ponce. Há 20 anos Mato Grosso mantém a condição de área livre de aftosa com vacinação. Na avaliação dos conselheiros do Fesa, haverá retorno futuro do aporte financeiro realizado por Mato Grosso ao Fundo internacional.