Milho: consultoria afirma que os preços devem se sustentar.

A consultoria Safras&Mercado estima que, mesmo com demanda interna mais fraca depois dos embargos da União Europeia à carne de frango do Brasil, as exportações aquecidas no segundo semestre devem manter os preços do grão em patamares ao redor de R$ 38 nos portos.
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A consultoria Safras&Mercado estima que, mesmo com demanda interna mais fraca depois dos embargos da União Europeia à carne de frango do Brasil, as exportações aquecidas no segundo semestre devem manter os preços do grão em patamares ao redor de R$ 38 nos portos. O risco do mercado climático também é monitorado de perto pelo analista de mercado, Paulo Molinari. Veja:

Com o embargo da União Europeia, há uma perspectiva de que a demanda interna por milho diminua e o preço do grão recue?

Paulo Molinari: Isso é um movimento natural. Se nós iremos exportar menos, o alojamento de pintos de corte terá que reduzir e, consequentemente, talvez, percamos de um a dois milhões de toneladas de demanda interna. Com a queda na demanda interna, o Brasil teria aí mais espaço para colocar mais volume na exportação.

Isso significa que a exportação deve sustentar o preço do milho ao redor de R$ 38 por saca no porto, conforme você analisou anteriormente?

Paulo Molinari: É, hoje nós temos preços de R$ 38 a R$ 39 no Porto de Santos e Paranaguá, também. Temos aí um longo caminho cambial até as eleições, temos também uma safra americana com área menor e pode ter volatilidade na bolsa de Chicago e temos também a quebra da Argentina que deixa mais espaço para o Brasil na exportação do segundo semestre. Então, parece que a exportação terá um bom ano no segundo semestre de 2018.

E há anúncio de leilão de milho no Brasil, como isso deve impactar na formação de preços?

Paulo Molinari: Impacta pouco em função de que esse milho está todo em Mato Grosso. Não acreditamos que o governo vai colocar um preço irreal nos leilões e acreditamos que isso possa ter pouca demanda dos consumidores internos para esse milho do governo.

Há risco para safra de milho com a ausência de chuva no Paraná e isso pode trazer uma outra tendência de preços de agora em diante?

Paulo Molinari: Nós temos aí o mês de abril que está sendo bastante seco no Paraná, no Paraguai, em Mato Grosso do Sul e no sul de São Paulo. Não há previsão de chuvas para essa semana e semana que vem há possibilidade de alguma chuva no oeste do Paraná apenas. Em Mato Grosso e Goiás tem agora uma redução das chuvas nas próximas duas ou três semanas. Então, entra aí também um mercado de clima sobre os preços de milho no curto prazo.