As exportações de Mato Grosso para a França aumentaram 29,04% em 2016 na comparação com 2015, passando de US$ 152,165 milhões para US$ 196,368 milhões, entre um ano e outro. Em contrapartida, as importações retraíram 191,58% no mesmo período, baixando de US$ 2,543 milhões para US$ 872,219 mil, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), compilados pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt). Entre os produtos embarcados estão soja e milho em grão e derivados, madeira, algodão, carnes, entre outros.
A retração nas importações é resultado principalmente do descontrole cambial que desvalorizou o real perante o dólar nos últimos 2 anos. Apesar da perspectiva negativa, os investidores franceses não recuaram de Mato Grosso ou do país e ainda pretendem ampliar as relações comerciais em 2017, conforme o embaixador Francês no Brasil, Laurent Bili, que em visita oficial ao Estado atendeu o jornal A Gazeta nesta quinta-feira (26).
“O aumento das exportações refletem bem a realidade francesa. A estimativa é que a França compra 10 vezes mais produtos que o Brasil importa da França. Queremos estreitar esta relação para que a bilateralidade seja benéfica a ambos os países”, avalia o embaixador em entrevista exclusiva. Laurent Bili avalia que a economia estadual, pautada pelo agronegócio tem crescido muito nos últimos anos, e que chama atenção a tentativa do Estado em contribuir com a redução das emissões de gases do efeito estufa, conforme foi assinado na COP 21, realizada em Paris em dezembro de 2015. “Temos muito interesse em continuar colaborando com o Estado para cumprir as metas de redução de CO2 assim como a criação de investimentos e projetos que auxiliem os setores econômicos e o poder público a alcançar a sustentabilidade”.
Em Mato Grosso, acompanhado de representantes de 5 empresas, o embaixador Francês anunciou ampliação de investimentos em áreas como energia elétrica, farmacêutica, engenharia, nutrição animal e fertilizantes. O cônsul honorário da França em Cuiabá, Pascal Édouard Crépin, também avalia que é possível ampliar a relação do país com Mato Grosso. “Existe uma demanda interessante por parte dos franceses sobre o turismo ecológico matogrossense, principalmente, no Pantanal. Essa demanda pode ser melhor explorada economicamente”.