A destruição foi grande: mais de 2,240 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo no Pantanal mato-grossense este ano. As chamas comprometeram áreas imensas de pasto, danificaram estruturas de fazendas e colocaram pecuaristas em alerta. Diante do cenário preocupante para a atividade – responsável por mais de 80% do valor bruto da produção na planície pantaneira – o setor pediu socorro. Entre as demandas, a criação de uma linha de financiamento específica para a região, atendida agora pelo governo do estado, que vai disponibilizar R$ 160 milhões para ajudar na recuperação da pecuária no Pantanal.
“Esse dinheiro será remanejado do saldo que temos do FCO Empresarial para o FCO Rural, e será aplicado prioritariamente na pecuária pantaneira”, explica o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda.
Os recursos já estão disponíveis segundo o secretário, que faz uma orientação aos produtores que tiverem interesse em acessá-los. “Normalmente, para ter acesso a esse recurso o pecuarista precisa cumprir uma série de exigências do sistema financeiro. Então, não somente o Banco do Brasil como as cooperativas de crédito (Sicredi e Sicoob) vão operacionalizar este recurso e a gente orienta que o pecuarista entre com propostas abaixo de R$ 1 milhão nesse primeiro momento até o final do ano, porque elas tramitam mais rápido, dentro do próprio sistema bancário, sem a necessidade de uma segunda aprovação por parte do conselho de desenvolvimento econômico”, pontua.
O consultor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Amado de Oliveira Filho, destacou a agilidade e a importância deste apoio aos pecuaristas pantaneiros.
“Nós conseguimos com que – antes mesmo de terminar os incêndios, já tivesse a aprovação da transferência de recursos do FCO Empresarial para o Rural na ordem de R$ 160 milhões. Isso não resolve neste momento o problema, mas, o programa todo que foi elaborado para recuperar a economia da pecuária pantaneira prevê R$ 430 milhões até o fim de 2021. Efetivamente é uma resposta clara, objetiva, rápida”, comenta.
Quem vivenciou os estragos causados pelo fogo reconhece a importância da nova linha de crédito. No município de Poconé, onde o fogo destruiu cerca de 800 mil hectares de pastagens, o dinheiro vai ser fundamental para financiar a retomada da atividade. É o que afirma o presidente do Sindicato Rural, Arlindo Márcio de Moraes.
“Esse recurso do FCO Rural vai atender os produtores rurais que terão que fazer a recuperação da estrutura das fazendas com cercas, currais, cochos, fazer limpeza de algum tanque de água… então, isso vai ser muito importante para a recuperação também do seu rebanho”, conclui.
Com informações do Canal Rural