O setor produtivo agropecuário nacional passa por um momento muito difícil. É preocupante a situação da pecuária, numa época de início da entressafra e virada do ciclo onde os preços da arroba paga ao produtor teriam uma correção para amenizar as perdas desses últimos dois anos , observar quedas significativas desses preços justificadas apenas pela falta futura e provisória do mercado americano.
Preocupante ainda é a falta de diálogo das autoridades nacionais com o verdadeiro setor produtivo , aquele que está nas cidades, no campo, ao lado da população que nos critica pelos preços da carne, como se tivéssemos algum poder sobre isso. O pecuarista não determina nenhum preço nas suas vendas. Os frigoríficos compram pelo preço do dia, determinado por eles, pelo mercado, pelas especulações etc.. e o mercado varejista também coloca suas margens e preços sem consultar ninguém.
A ABIEC, associação que representa os frigoríficos exportadores, é que é considerada e consultada sobre toda a cadeia produtiva da carne. São eles que falam em nosso nome hoje junto ao governo federal e nunca tiveram nosso aval para tal.
O pecuarista precisa ser ouvido porque não pode se defender. Associações de exportadores não tem o pé no campo. Não respondem às críticas da população e não são os verdadeiros responsáveis pela pecuária nacional. A grande maioria dos produtores rurais é composta de pequenos e médios e são eles que colocam alimento na mesa do brasileiro e de grande parte do mundo e precisam ser ouvidos e principalmente respeitados.
