Paralisações: prejuízo de R$ 36 mi/dia à pecuária de corte em MT

No nono dia de manifestações pelas estradas de Mato Grosso uma novidade: mesmo diante da permanência de muitas máquinas e caminhões parados em praticamente todos os mesmos pontos dos dias anteriores, foi possível ver caminhões voltando a rodar em algumas rodovias.
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No nono dia de manifestações pelas estradas de Mato Grosso uma novidade: mesmo diante da permanência de muitas máquinas e caminhões parados em praticamente todos os mesmos pontos dos dias anteriores, foi possível ver caminhões voltando a rodar em algumas rodovias.

Em Rondonópolis, por exemplo, centenas de veículos carregados com produtos como carnes e grãos – e também alguns tantos sem carga alguma – ligaram os motores e seguiram rumo aos seus destinos.

Isso não significa que os protestos tenham acabado, mas indica que há gente do transporte disposta a retomar os trabalhos depois de mais de uma semana de muitas negociações.

Enquanto o fim desta mobilização histórica ainda parece longe, o setor produtivo calcula o impacto da greve. E a conta é milionária.

Na pecuária bovina, segundo o Imea, o prejuízo chega a R$ 36 milhões por dia. A cifra é resultado da suspensão total dos abates em 100% dos frigoríficos instalados no estado.

A avicultura também sente os reflexos. Segundo o Indea, os aviários alojam hoje 85 milhões de aves no estado. Pelo menos 22 milhões estão com a alimentação comprometida. Para não agravar ainda mais a situação foi preciso destruir 850 mil ovos galados. Os frigoríficos também interromperam as atividades, deixando de abater por dia cerca de 796 mil aves.

O mesmo acontece na suinocultura, onde quase 10 mil suínos deixam de ser abatidos diariamente em Mato Grosso. O problema maior, claro, está dentro das granas. Sem alimentação suficiente, o número de animais mortos aumenta gradativamente, e é preciso encontrar saídas para minimizar o baque gerado por tudo isso.

Assim como é cedo para apontar qual será o desfecho da greve, também é cedo para afirmar por quanto tempo mais o setor produtivo irá manter apoio à manifestação. Nas bases, as máquinas agrícolas permanecem firmes ao lado dos caminhões. Até então, nenhuma entidade se posicionou publicamente em desfavor aos motoristas. No entanto, quem assiste diariamente a morte de animais e vê a conta aumentando a cada dia não tem mais segurado a voz. O apoio está mantido, sim. Mas o pedido por “bom senso” tem soado cada vez mais forte!