Com o maior rebanho bovino do país, a pecuária de Mato Grosso já alia produtividade e sustentabilidade e possui condições de contribuir para o cumprimento da meta firmada pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26), na Escócia, de reduzir as emissões do gás metano em 30% até 2030.
Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, o Brasil tem condições de melhorar a eficiência da pecuária sem reduzir a produção de carne e nem aumentar as áreas de pastagem, com uso de um pacote tecnológico adequado e a implementação de políticas públicas, para o setor alcançar a meta de reduzir a emissão de metano.
A pecuária ocupa a quinta posição no ranking das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency), com 10% das emissões registradas em 2019. Na sua frente estão o transporte, produção de eletricidade, indústria, comércio e residências.
“Somos o quinto maior país do mundo em extensão territorial, preservamos 66% da nossa vegetação nativa em vários biomas, temos e seguimos o código florestal mais restritivo do planeta. Então, somos um player muito importante nesse aspecto. Das áreas utilizadas, cerca de 9% vão para a agricultura e cerca de 23% vão para a pecuária”, afirma Oswaldo Pereira Júnior.
“Somos o maior rebanho comercial do mundo e cerca de 75% dos nossos animais são criados a pasto. Certamente o Brasil é muito mais solução do que problema. Nós temos condições de produzir com muita eficiência, sem reduzir a produção de carne”, complementou.
Para isso, a pecuária já disponibiliza de tecnologia para aumentar o desfrute sem que se aumentem as áreas de pastagem, além de aumentar a quantidade de carne em cada animal e, com a maior utilização dos quatro pilares da pecuária moderna – genética, nutrição, sanidade e manejo –, ampliar essa produtividade, com sustentabilidade.
“No pilar da genética, estamos conseguindo mandar para a indústria animais cada vez mais pesados e mais jovens. A respeito da nutrição, temos novas técnicas de terminação intensiva a pasto. Sobre sanidade animal, estamos há 14 anos sem febre aftosa. Já o nosso manejo tem o foco no bem estar animal e boas práticas. Graças a esses pilares, estamos conseguindo aumentar a produtividade sem aumentar a área utilizada. Ou seja, estamos produzindo mais, com menos”, reforçou o presidente da Acrimat.
No entanto, Oswaldo Pereira lembra que políticas públicas serão necessárias para ajudar os pecuaristas para o cumprimento da meta estabelecida.
“A Acrimat considera fundamental o pagamento por serviços ambientais (PSA) e seremos intransigentes na exigência dessa remuneração, para continuarmos a apresentar resultados cada vez melhores. Não dá para colocar tudo na conta do produtor. Outra coisa é o chamado Custo Brasil, que deve ser gerenciado pelo governo federal como sua parte desse compromisso mundial, seja aperfeiçoando a legislação, seja cobrando verbas para executar esse projeto”, encerrou o presidente.