Uma pesquisa patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, elaborada pelo Kleffmann Group, com acompanhamento técnico da Embrapa Meio Ambiente (SP), demonstrou grande adesão do setor agropecuário brasileiro ao uso de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Entre os pecuaristas, apenas nos últimos cinco anos, o aumento foi de 10%. Já entre os produtores de grãos o crescimento tem sido de 1% a cada cinco anos. O estudo mostra o avanço no incremento da capacidade adaptativa dos sistemas produtivos diante dos desafios impostos pela mudança do clima, além de potencializar ganhos biológicos e econômicos decorrentes do aumento da eficiência dos sistemas produtivos.
Sendo que todo este esforço tem contribuído para o cumprimento das metas assumidas de forma voluntária pelo Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU) na COP-15 e revisadas em Paris na COP-21. Na ocasião, o compromisso brasileiro foi de diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de 36,1% a 38,9% até 2020, tendo como base as emissões de 2005. O acordo foi incorporado na Política Nacional sobre Mudanças no Clima (Lei nº 12.187/2009), por meio dos Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas.
Conceitos, projetos, técnicas e resultados de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) serão apresentados no 4º Curso de Integração Lavoura -Pecuária-Floresta (ILPF), que será realizado de 28 a 30 de novembro, na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS). Durante o evento, assim como no ano passado, além da programação tradicional do curso haverá duas palestras com depoimentos de produtores rurais. Segundo o coordenador do curso e pesquisador, Alexandre Romeiro de Araújo, a presença do setor produtivo será marcada por apresentações de produtores que se destacam tanto na prática da Integração Lavoura-Pecuária [ILP], quanto da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. O coordenador explica que e eles estão na vanguarda, tanto em um sistema quanto em outro, o diferencial que mostra de fato o potencial dos sistemas.
Visando inovar e agregar mais conhecimento nas diversas áreas que compõem os sistemas integrados de produção ILP e ILPF, os coordenadores do curso incluíram, ainda, dois novos temas para serem apresentados e discutidos este ano: “Fitopalogia de plantas forrageiras” e “Produção e qualidade de sementes forrageiras”. Segundo eles, a ideia é que com o passar do tempo todas as áreas envolvidas no sistema de produção sejam abrangidas pelo curso, que tem como objetivos específicos: caracterizar sistemas de ILPF e seus componentes; identificar condições para adoção de sistemas de ILPF; identificar as interações entre os componentes de sistemas de ILPF; identificar técnicas de manejo e gestão adequadas para sistemas de ILPF; conhecer resultados bioeconômicos sobre sistemas de ILPF, e conhecer projetos de sistemas de ILPF em andamento.