Pecuaristas elogiam Maggi e afirmam que abate retomou seu ritmo, mas com preços menores

Embora o ritmo de venda tenha retomado à estabilidade os produtores de gado têm sofrido com a redução de cerca de 10% no valor da carne vendida direto para aos frigoríficos

Representantes do setor produtivo na assinatura do Plano Safra

Um mês e meio após a deflagração da Operação Carne Fraca que pegou de surpresa todos os produtos Mato Grossenses as vendas da carne no Estado volta a se estabilizar e assumir o volume de antes da Operação. Os pecuaristas permaneceram três dias sem poder abater seus animais e sentiram no bolso o peso da redução dos preços e impacto na diminuição das compras de carne pelos frigoríficos.

Embora o ritmo de venda tenha retomado à estabilidade os produtores de gado têm sofrido com a redução de cerca de 10% no valor da carne vendida direto para aos frigoríficos.

“Percebemos que o consumo de carne na região e no país teve uma alta considerável, mas notamos também uma política de manipulação dos preços da carne para baixo. A parte de embutidos foi a mais afetada, mas a carne in natura já teve sua retomada ao consumo normal”, ressalta o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio.

O presidente ressalta que o Estado vive um período crescente nas vendas com a diminuição dos estoques nos frigoríficos.

Mesmo com o mal estar e prejuízos ao produtor gerados pela Operação, isso não colocou em cheque a sanidade da carne produzida no Estado.

“Nunca foi colocada em cheque a qualidade da nossa carne. Temos que reconhecer o mérito de quem tem e o ministro Blairo foi brilhante na reversão desse quadro que no eu pudesse comprometer essa reputação”, frisou Raulino Machado, presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) durante a assinatura do Plano Safra de Mato Grosso que foi entregue ao Ministério da Agricultar Pecuária e Abastecimento (Mapa) nessa semana.

Apesar de não ter nenhum dos seus frigoríficos citados na Operação, o estado sentiu o impacto da investigação e, embora esteja com o abate em nível normal, 15 países ainda estão fechados para o recebimento da carne brasileira.

Operação Carne Fraca

A investigação teve o com o objetivo de desarticular organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. A operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintêndencias Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público.

Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente.