Pedido de recuperação aceito

Frigorífico RS iniciou as atividades em 2006 com 75 funcionários e capacidade para abater 150 cabeças/dia
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Com passivo financeiro de R$ 24,3 milhões, o frigorífico RS, de Juína (a 735 km de Cuiabá), teve o pedido de recuperação judicial deferido pela Justiça. O requerimento foi protocolizado pela empresa na 2a Vara de Juína no dia 3 de abril e a decisão favorável, do juiz Raul Lara Leite, foi proferida nesta segunda-feira (9). Agora, a indústria tem cerca de 60 dias para elaborar o Plano de Recuperação Judicial e apresentá-lo aos credores em assembleia. Durante 180 dias fica blindada de cobranças e execuções em decorrência das dívidas.

A recuperação judicial tem o objetivo de manter a empresa no mercado. No caso do frigorífico RS, a intenção é continuar o abate de bovinos na região, que é de 4 mil cabeças por mês, e preservar os 182 empregos diretos gerados pela planta. Fundada em 2006, a indústria frigorífica viveu bons momentos e expandiu as operações para as cidades de Aripuanã e São José do Rio Claro, mas a partir de 2010 começou a ter dificuldades financeiras, especialmente por causa da diferença de tratamento por parte de bancos federais, que passaram a conceder empréstimos a juros subsidiados a apenas algumas empresas do setor.

Apesar de a notícia ser negativa, o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), Jovenino Borges, minimiza os reflexos para a cadeia da carne estadual. Ele comenta que o frigorífico RS é filiado ao sindicato, mas que é uma unidade de pequeno porte, com comercialização de carne apenas no território estadual. “A indústria só tem o selo de inspeção estadual, com a produção destinada ao consumo interno. Dessa forma, os reflexos para o setor não são grandes”, diz, ao lamentar que a empresa tenha chegado a esta situação. “O importante é que agora terá a oportunidade de se reorganizar e se restabelecer para voltar ao mercado”.

Recuperação digital

A empresa responsável pela recuperação judicial do frigorífico RS é a ERS Consultoria e Advocacia, que lançou a Plataforma de Recuperação Judicial Digital. A ferramenta serve para agilizar o processo de recuperação judicial e a negociação entre recuperandas e credores. A negociações da RJ do frigorífico Juína serão realizadas nesta plataforma. “Com clareza, lisura e transparência, intenção é que com este canal haja redução da ineficiência do mercado por meio da disponibilização de todas as informações nesta plataforma”, explica o advogado Euclides Ribeiro, idealizador do projeto.

A plataforma oferece, com segurança, um caminho para empresas, credores e investidores chegarem a um acordo. As informações são disponibilizadas e qualquer pessoa pode analisar o crédito listado e oferecer um valor financeiro por ele, considerando a qualidade do devedor, dos consultores, do histórico e do próprio mercado.