Pesquisadores já estão em campo para descobrir o que, em uma década, mudou nas atividades rurais do Brasil. Eles participam do Censo Agropecuário 2017.
O que começa a ser desenhado é um mapa do Brasil rural em números e detalhes. Qual é a produção agrícola do país? Quantos rebanhos? Que tipos de animais são criados? Quem são os agricultores e pecuaristas e como eles trabalham?
Dezenove mil recenseadores do IBGE começaram, no domingo (1º), uma coleta digital dos dados, que vai até fevereiro. O censo vai passar por 5,3 milhões de propriedades agropecuárias.
“É uma atividade da mais alta importância não só para o IBGE, mas principalmente para o país. O agronegócio influencia de maneira definitiva e muito profunda a todo desempenho da economia brasileira”, disse o ministro do Planejamento, Dyogo Henrique de Oliveira.
O IBGE não vai fazer distinção do tamanho da área, pode ser qualquer pedaço de terra. O que importa é a produção agrícola e a criação pecuária, para sustento da família ou para o comércio. E o censo já constatou uma tendência: pequenos sítios, onde pais e filhos plantam e colhem para vender em feiras da região. É o crescimento da agricultura familiar.
José Renato e o filho Ronaldo cuidam das pequenas plantações de frutas e legumes e da produção de mel, na zona rural do Rio. “O IBGE para mim é muito importante. Ele vai nos mostrar que nós existimos, porque é considerado que nós não existimos aqui”, afirmou o agricultor José Renato Ferreira.
No interior de Sergipe, o IBGE está encontrando outro traço da agropecuária brasileira. Mulheres à frente da agricultura. A Delma capina, planta, cuida das hortaliças. “É muito importante o censo, porque eles estão vendo o nosso trabalho e como a gente faz”, disse.
O censo também quer descobrir quantos vivem na cidade e trabalham no campo. O escritório do Leomiro Costa é ao ar livre: uma fazenda a 30 km de Sorriso, Mato Grosso. “É o que eu sei fazer e gosto, então a gente faz com amor e vamos continuar nessa profissão aí”, disse o gerente da fazenda.
O censo vai valorizar e dar visibilidade a brasileiros que nem pensam em tirar as mãos da terra. “A importância é razoavelmente simples. Se eu não tenho informação, eu não consigo fazer política pública, eu não consigo saber como é que é esse meu país. Eu não consigo pensar um país”, declarou o presidente do IBGE, Roberto Olinto.