A suspensão das exportações de carnes de bovinos, suínos e de frango dos 21 frigoríficos investigados na operação Carne Fraca, da Polícia Federal, poderá ampliar mercado para as indústrias regionais. Segundo informações da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), 70% dos abates de animais em Mato Grosso estão nas mãos de 4 grupos frigoríficos, incluindo a JBS e BRF, investigados pela PF, mas que diante deste fato desastroso, as indústrias regionais têm oportunidade de se posicionarem melhor no mercado.
O superintendente da entidade, Luciano Vacari, lembra que nos últimos anos houve uma grande concentração da indústria frigorífica e que as pequenas e médias plantas foram sucumbidas. “As que restaram se especializaram em outros públicos, em outros produtos, e agora poderão ter uma participação maior no mercado local e nacional”.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, informou nesta segunda-feira (20), que os frigoríficos investigados pela operação Carne Fraca não poderão exportar, mas continuam autorizados a vender ao mercado doméstico sob um regime especial de fiscalização. Mesmo com os problemas mencionados pela investigação, ele reafirma a confiança na carne brasileira e diz que o caso será conduzido com total transparência.
O presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), Luiz Antônio Freitas, afirma que o setor está bastante abalado, principalmente com a forma com que o assunto vem sendo tratado e repassado aos consumidores. Ele lembra que o uso da cabeça de porco, por exemplo, é autorizado pela legislação, porém há limites. “Isso deve ser mostrado à população, para que o setor não seja tão penalizado. Tem que punir quem praticou ações erradas, mas tem que tomar cuidado para não jogar na lama os empresários que trabalharam durante anos para atingir mercados tão rigorosos”, declarou Freitas.