Pré-moldado com adaptações.

Pecuarista do Mato Grosso optou por esse tipo de estrutura, devido à praticidade e dificuldade de encontrar madeira legalizada.
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Diante das dificuldades de encontrar madeira boa, legalizada, e mão de obra qualificada para montar um curral convencional, o pecuarista Marcos Antônio Dias Jacinto, proprietário da Fazenda Barranco Alto, de 3.259 hectares, em Gaúcha do Norte, MT, decidiu buscar alternativas diferentes. Depois de muito pesquisar, optou, em 2015, por uma estrutura de cimento pré-moldado, cuja montagem é rápida. A estrutura foi adquirida em Barra do Garças, no leste do Mato Grosso, e viajou quase 500 km para ser instalada em sua propriedade, localizada no Vale do Rio Xingu, no norte mato-grossense, mas se mostrou uma alternativa viável. Garantiu ao criador as condições que esperava para tocar o manejo reprodutivo do seu rebanho de 1.500 animais Nelore em um sistema de ciclo completo, além de estabilidade na produção média de 10@/ha/ano. Ao longo da última estação de monta, entre dezembro de 2017 e fevereiro deste ano, os animais passaram pelo curral inúmeras vezes, para procedimentos como inseminação artificial e diagnóstico de gestação, sem problemas.

Customização

Para garantir ao curral boa escala de manejo, Jacinto teve de ajustar toda a estrutura às necessidades da propriedade. “Isso seria impraticável sem as adequações que fiz”, observa o produtor. Ele pagou um total de R$ 185.000 pelo curral e mais R$ 95.000 para equipá-lo com balança, tronco e estrutura de iluminação, além de adaptá-lo à sua demanda.

Seguindo orientações do fabricante que elaborou o projeto, Jacinto investiu mais R$ 40.000 exclusivamente em terraplanagem para instalar a estrutura em uma base um metro acima da altura do terreno. “Puxei uma enorme quantidade de terra e cascalho a uma distância de 12 km”, conta. Na área de trabalho, o piso foi todo cimentado. No setor de espera, o pavimento recebeu uma base de terra batida coberta por uma camada de 20 cm de cascalho. Essas providências garantiram uma drenagem eficiente e boas condições de trabalho, sob sol ou chuva. “Sem tais medidas, o manejo seria estressante para funcionários e animais. O pisoteio acabaria rebaixando o piso e a água da chuva entraria, causando atoleiro”, justifica.

Estrutura mista

Diante de uma estrutura básica original de 400 m2, Jacinto sentiu necessidade de ampliar a área de apoio do curral para garantir escala de operação adequada a seu trabalho. Neste sentido, ele providenciou a construção de uma remanga de 500 m2, à base de eucalipto (comprado também em Barra do Garças), que passou a funcionar como área de escape nos apartes, transformando o conjunto em uma espécie de estrutura mista (cimento e madeira). “De uma capacidade inicial para 150 cab/dia, hoje consigo um manejo racional diário de até 400 animais, com mão de obra limitada a três pessoas: eu e mais dois funcionários”, garante.

O pecuarista, de 53 anos, que é médico veterinário e diretor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), também se preocupou com a longevidade operacional do curral: “Caso eu conseguisse construir uma estrutura convencional, dentro de três anos possivelmente teria de começar a trocar madeiras e certamente encontraria dificuldades em obter material legal e de qualidade, um dos grandes entraves atuais para se construir currais convencionais. Da forma como fizemos, vou morrer e o curral vai ficar”, garante.