Produção de forragem é ampliada

Pesquisador da Embrapa ressalta o efeito benéfico do maior uso de tecnologia e da profissionalização
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O experimento sobre sistemas integrados na pecuária, coordenado pela Embrapa Agrossilvipastoril, confirmou que o aumento da adubação garantiu produção de forragem em todos os sistemas. Contudo, os maiores impactos foram observados na pecuária exclusiva e na Integração Pecuária-Floresta (IPF). Na pecuária exclusiva houve aumento de 56% no acúmulo de forragem e na IPF de 36%, com ambos os sistemas produzindo cerca de 20 toneladas por hectare ao ano. Ainda assim, a produção na ILP (22 t/ha) e na ILPF (25 t/ha) foi maior.

“No ano 1 já tinha um residual de adubação da lavoura na ILPF e na ILP. Então, eles já estavam produzindo bem no 1º ano. Quando colocamos 100 kg de NPK a capacidade de produção se mantém ou ainda incrementa”, explica o pesquisador em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte da Embrapa Agrossilvipastoril, Bruno Carneiro e Pedreira.

Com a melhor disponibilidade de forragem em todos os sistemas e com o aumento da suplementação alimentar, a alteração no ganho de peso médio diário foi de aproximadamente 100 gramas por animal nos 4 sistemas avaliados. Isso representou cerca de 17% de melhoria quando comparado ao 1º ano de avaliação, com uso de 0,1% de peso vivo de proteinado por dia.

Estatisticamente não houve diferença, com os valores do 2º ano variando de 678 a 777 gramas de ganho de peso diário, observa o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril. Sendo assim, o que contribuiu para o aumento da produtividade por hectare foi a maior capacidade de lotação do sistema ILPF. De acordo com a pesquisa, a média anual de lotação na ILPF foi de 3,47 animais por hectare, contra 3 UA/ha da IPF, 2,78 da pecuária e 2,66 da ILP.

Havia uma expectativa de resultados melhores na integração lavoura-pecuária. Porém, por algum motivo que ainda precisa ser estudado, esse sistema foi mais suscetível ao ataque de cigarrinha do que os demais. Com base nos dados obtidos no 2º ano de avaliação, o pesquisador da Embrapa ressalta o efeito benéfico do maior uso de tecnologia e da profissionalização da atividade para a obtenção de melhores índices produtivos no sistema.

Mesmo na pecuária exclusiva é possível obter ganhos significativos. Os dados reforçam ainda o entendimento de que a integração de culturas traz ganhos globais para o sistema produtivo. É a chamada sinergia do sistema, em que há maior ciclagem de nutrientes, melhoria do microclima, menor perda de água, entre outras consequências que favorecem a produtividade.