Produtores cobram desburocratização do crédito em MT

A Política agrícola e econômica desenvolvida pelo Governo Federal é um dos temas debatidos
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A Política agrícola e econômica desenvolvida pelo Governo Federal é um dos temas debatidos, na tarde desta segunda-feira (12), no evento  realizado pelo Grupo Gazeta de Comunicação, o Gazeta Agro.

Os representantes das entidades do agro iniciam o debatem sobre de que maneira é possível desburocratizar o sistema de acesso ao crédito, bem como viabilizar a política  para que facilite a vida do produtor não só em Mato Grosso, mas em todo país.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, aponta a importância da discussão e destaca que houve investimento 12% maior em relação ao ano passado, que contempla a indústria e equipamento agrícola.

Apesar disso, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, questiona os excessos de exigências aos produtores. Ele cita a necessidade de certidão para os produtores sobre a outorga da água mesmo quando o uso é insignificante, exigência das instituições financeiras para que se obtenha crédito.

O representante do Banco do Brasil, Marco Tulio, esclarece que é uma exigência necessária, mas destaca que a certidão pode ser obtida por meio da internet. Já o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão(Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura, requer a alteração da lei de produção de cultivares, bem como a evolução das normativas que regula os registros defensivos a fim de reduzir os custos de produção no campo.

Ele cita a qualidade do algodão produzido e ressalta que, no ano passado, foram produzidos 1725 kg de pluma de algodão por hectare enquanto o mercado americano produziu 930 kg por hectare, cerca de 80% a menos que a produção brasileira.

O secretário de Política Agrícola, Neri Geller, afirma que possui consciência da importância de mudar a sistemática para liberação do defensivo agrícola, assim como a lei sobre cultivares. Mas destaca que  isso depende de uma mudança da legislação.

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Tulio Duarte Soares, questiona de que maneira poderá ser feita a redução das taxas de juros dos programas de financiamento. Em resposta, o secretário Geller diz que trabalha para que haja essa redução e cita que existe R$ 9 bilhões para gastar com equalização, em razão da queda da taxa Selic e da inflação, que reduziu os custos.

“Estamos fazendo os estudos, levantando os dados já para redução da taxa de juros. E vamos ganhar porque temos argumento. O agronegócio contribuiu muito para a economia. Nós vamos sentar com o setor para discutir pontos específicos de alguns programas. (…) Não vamos citar quanto para não criar expectativa, mas vemos que há espaço para essa redução”, disse o secretário.

O presidente Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Antonio Galvan, criticou mais uma vez a necessidade de certidão de outorga irrelevante de água e pede que o documento seja dispensado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

Além disso, ele lembra que Mato Grosso é o maior celeiro de soja e milho e, por isso, requer o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA)  especifico para a pequena e média propriedade, voltados para pequenos núcleos e não só para um produtor. Ele sugeriu, inclusive, a aplicação de uma taxa de 2,5 % para produtores de fora do eixo da BR-163.

Neri Geller se propôs a sentar com representantes da Sema para verificar sobre a certidão de outorga da água e também sinalizou positivamente quanto a taxa de 2,5 % para o PCA. “Vamos levar isso. Acho que podemos dar uma taxa de 2,5% diferenciada das demais. Estamos aqui para destravar problemas e gargalos que, principalmente, atrapalham o acesso ao crédito”, afirmou.

O representante da Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos (Ovinomat), Antônio Carlos Carvalho, também requereu uma linha de crédito para pequenos produtores e criticou o excesso de documento para a liberação de crédito. “Todo ano somos sujeitos a arrumar mais um papelzinho que não serve para nada”, ressaltou.

Neri afirmou que, no ano passado, foi contemplado o financiamento de custeio e retenção de matrizes da ovinocultura nos mesmos moldes da pecuária. Já Marco Tulio, do Banco do Brasil, disse que a linha pode ser feita por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).

Encerramento – Ao final do evento, o representante do Banco do Brasil, Marco Túlio, ressaltou que a instituição é a “casa do produtor rural” e que está à disposição do produtor para esclarecer as dúvidas postas.  Avaliou que muitas das questões podem ser sanadas. “A solução da crise vem do campo e nos apoiamos o agronegócio. Somos o banco que mais investe no produtor. Estamos em todos os momentos e, muito do que foi posto aqui, será analisado”, ressaltou.

Já o secretário Neri geller agradeceu as entidades e destacou a importância do evento para o fortalecimento e a viabilização do setor. “Esse debate é de extrema importância. Saio fortalecido ao  fazer esse debate em aberto. Temos distâncias dentro do Estado e estaremos sempre presentes para ajudar a melhorar o que precisa ser melhorado”, encerrou