Produtores emprestam 24% a mais

Nos primeiros 6 meses da safra 2018/2019 foram contratados R$ 9,785 bilhões por produtores estaduais
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Contratação de crédito rural em Mato Grosso cresceu 24% no 1o semestre do Plano Safra 2018/2019. Os produtores do Estado emprestaram R$ 9,785 bilhões entre julho e dezembro de 2018, superior aos R$ 7,887 bilhões contabilizados no mesmo período da temporada anterior. Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e mostram que os produtores estão investindo mais na atividade. Os recursos são para custeio, investimento e comercialização.

A agricultura ficou com R$ 7,313 bilhões, cerca de 74% do crédito liberado em Mato Grosso. Desse montante, R$ 4,265 bilhões foram para custeio da atividade; R$ 2,399 bilhões para investimento; R$ 646,41 milhões para comercialização e R$ 1,5 milhão para industrialização. Thiago Rocha, gerente de Política Agrícola da Aprosoja, informa que a contratação do crédito poderia ter sido mais atrativa aos produtores, não fosse a taxa de juros considerada alta pelo setor. “No ano passado, o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) ficou com taxa superior à Selic, que caiu para 6,5%, enquanto a taxa de juros do PAP era de 8,5%, em média. Então, aquele produtor que tinha um bom histórico de relacionamento e rating com seu banco, conseguia crédito com taxas mais interessantes que pelo Plano”.

Para ele, o destaque é o crescimento nos recursos para investimento, de 47,7% na comparação com 2017/2018. “O investimento em armazéns e máquinas foi importante. O PCA, que destinou recursos para investimentos em armazenagem com taxas de juros a partir de 5,25% ao ano foi interessante para o produtor, que tem problema em Mato Grosso. Entre 2007 e 2017, a capacidade de armazenagem cresceu 57% enquanto a produção aumentou 132%”.

Já a pecuária abocanhou R$ 2,472 bilhões do crédito rural de julho a dezembro. O valor subiu 20% ante a safra anterior, quando contratou R$ 2,047 bilhões. O maior volume foi para custeio, com a soma de R$ 1,618 bilhão. Em seguida, aparece a linha para investimento, que somou R$ 805,22 milhões.

Amado de Oliveira Filho, consultor da Acrimat, avalia que apesar do crescimento, há demanda reprimida no setor, porque os pequenos e médios produtores têm dificuldade em acessar o crédito devido a pendências e à burocracia exigida. “Além disso, hoje a demanda para investimento é menor que o custeio. Temos que fazer com que o investimento cresça para aumentar a capacidade de produção das fazendas”.

Plano ABC

A contratação de recursos por meio do Plano ABC, voltado a investimentos para uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, teve crescimento de 104% em Mato Grosso, entre janeiro e novembro de 2018. Foram contratados R$ 1,063 milhão e formalizados 1,3 mil contratos.