Receita cai, mesmo com recorde da soja

A receita com os embarques de carnes bovinas desossadas congeladas aumentaram 11,48%, somando US$ 127,33 milhões

As exportações mato-grossenses somaram neste primeiro bimestre de 2017 pouco mais de US$ 1,69 bilhão, o que na comparação com mesmo período do ano passado revelam queda de 15,15%. Apesar de um faturamento menor, a receita originada com as vendas de soja em grão cresceu quase 200% e mesmo com um fevereiro marcado pelos atoleiros da BR-163, sentido portos do Arco Norte, a oleaginosa teve movimentação recorde, com o embarque de quase 2 milhões de toneladas contra pouco mais de 730 mil no primeiro bimestre do ano passado. A soja abriu o ano com movimentação recorde nos portos brasileiros, refletindo a boa safra estadual que entra de maneira adiantada no quarto final da colheita.

A balança comercial, resultado das exportações menos a importações (que cresceram 44%) fechou o período em US$ 1,47 bilhão, inferior ao resultado do ano passado, acima de US$ 1,8 bilhão. Os dados regionais foram divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio exterior e Serviços (MDIC).

A soja em grão segue como a commodity mais embarcada e a China passou a liderar a lista dos principais parceiros comerciais, que em janeiro estava sendo encabeçada pelo Irã. A queda na receita, além de refletir a própria movimentação de baixa do dólar, resulta principalmente da redução do volume físico embarcado que despencou na comparação entre os primeiros bimestres em 45%. Em 2016 haviam sido 7,89 milhões de toneladas embarcadas. Já em 2017, Mato Grosso enviou 4,32 milhões de toneladas em produtos de sua pauta. E dos US$ 1,69 bilhão, US$ 778,84 milhões são divisas originadas apenas com a venda de soja em grão.

Os US$ 1,69 bilhão em divisas acumuladas nesses dois primeiros meses de 2017 foram contabilizadas da seguinte forma, US$ 705,24 milhões em janeiro e US$ 991,78 milhões em fevereiro. No mesmo momento de 2016, o faturamento da pauta de produtos exportados somou US$ 2 bilhões. Avaliando apenas o desempenho do segundo mês do ano, houve queda de 18,16% em relação ao mesmo período do ano passado, já que conforme e série histórica do MDIC, em fevereiro de 2016 o Estado havia exportado US$ 1,21 bilhão.

A soja em grão respondia ao final de fevereiro do ano passado por apenas 13,06% do faturamento total da pauta estadual, dos US$ 2 bilhões e agora, em 2017, passa a participar por 45,89% do bolo ao gerar receita de US$ 778,84 milhões contra US$ 261,33 milhões em igual momento do ano passado. Em volume foi 1,95 milhão de toneladas contra 730,80 mil toneladas no ano passado.

Ainda no complexo soja, o óleo bruto foi outro produto bastante demandando no período. A receita aumentou 532%, ao passar de US$ 3,71 milhões para US$ 23,46 milhões.

Milho e algodão, em plena entressafra, apresentaram queda brusca nas exportações de 77% e 51%, respectivamente.

A receita com os embarques de carnes bovinas desossadas congeladas aumentaram 11,48%, somando US$ 127,33 milhões. Com esse faturamento o segmento passou a participar com 7,5% do total da pauta contra 5,71% do registrado há um ano, quando as vendas foram de US$ 114,22 milhões.

DESTINOS – A China retomou a posição de maior parceiro comercial de Mato Grosso no encerramento deste primeiro bimestre. Além disso, ampliou em 233,34% as compras da pauta local em relação ao mesmo período do ano passado, e esse ‘apetite’ justifica parte dos números recordes da soja mato-grossense até o momento. Conforme o MDIC, os chineses negociaram US$ 567 milhões nesse ano contra US$ 170 milhões nos primeiros dois meses de 2016. Com esse volume de negócios, a China é responsável por 33,41% da receita estadual.

Completam a lista dos cinco maiores parceiros de Mato Grosso, pela ordem: Irã (US$ 153,61 milhões), Países Baixos (Holanda, US$ 145,99 milhões), Tailândia (US$ 112,23 milhões) e Indonésia (US$ 88,91 milhões).

IMPORTAÇÕES – Com a desvalorização do dólar frente ao real houve incremento nas importações que fecharam o primeiro bimestre do ano com alta de 44,12%. Em 2017, as compras realizadas por Mato Grosso somaram US$ 224,42 milhões contra US$ 155,71 milhões.

Na lista dos importados seguem os insumos agropecuários como uréia, cloreto de potássio e sulfato de amônio.