RedeAgro promove seminário com pecuaristas em Cuiabá

O objetivo do evento é aproximar os produtores do Centro-Oeste

A gestão estratégica das propriedades rurais, com vista a melhorar os resultados a partir da integração entre agricultura e pecuária, é a tônica principal do seminário promovido nesta quinta-feira, em Cuiabá, pela RedeAgro, uma iniciativa sem fins lucrativos de empresas do setor para compartilhar informações e estratégias nas diversas áreas do agronegócio. O evento está sendo realizado no espaço da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), no Centro de Exposições Jonas Pinheiro.

Mato Grosso tem 20 milhões de hectares de pastos, dos quais 14 são degradados (Foto: Editora Globo)

Mato Grosso tem 20 milhões de hectares de pastos, dos quais 14 são degradados (Foto: Editora Globo)

João Pontes, diretor de planejamento estratégico América Latina da Jonh Deere, uma das empresas que fazem parte do RedeAgro, afirmou que o evento de hoje é o oitavo promovido pela organização, reunindo especialistas, empresários e produtores rurais. O seminário é o primeiro realizado em Cuiabá. “O objetivo é aproximar dos produtores do Centro-Oeste, uma vez que os eventos anteriores estavam no circuito São Paulo, Minas Gerais e São Paulo“, disse ele.

O presidente do Fundo de Apoio à Bovinocultura de Corte de Mato Grosso (Fabov), Jorge Pires de Miranda, destacou que as discussões sobre integração das atividades são importantes para os criadores tradicionais, que ainda veem a agricultura como uma atividade de risco. Ele contou que já enfrentou este dilema e há cinco anos resolveu transformar em lavouras parte dos 32 mil hectares de duas fazendas situadas em Brasnorte, na região noroeste de Mato Grosso, a 627 hectares de Cuiabá.

No primeiro ano ele investiu no preparo de 1,6 mil hectares para o para o plantio de grãos, no segundo passou para 2,8 mil hectares, no terceiro para 4,1 mil hectares e no quinto para 7,7 mil hectares.  Dos quase oito mil hectares cultivados com soja no verão, na sequência foram semeados 4,3 mil hectares de milho. Na entressafra ele entra com o gado na área, fazendo o sistema de rotação. Mesmo com a redução da pastagem, ele ainda mantém um rebanho de 15 mil cabeças nas fazendas, onde faz cria, recria e engorda.

Pires afirmou que os investimentos na conversão de pastagens são altos, mas se o criador calcular bem cada passo e realizar os trabalhos aos poucos, o retorno é garantido. Além do aumento da renda, ele destaca a valorização de duas vezes e meia na área de pasto convertida em lavoura. “Mato Grosso tem 20 milhões de hectares de pastos, dos quais 14 milhões de hectares são degradados. “Existem 9 milhões de pastos em áreas plana, aptas para conversão em lavouras”, afirmou.