Reflexo imediato atingiu a arroba

O preço do boi gordo, de segunda-feira (20/03) a sexta-feira (24/03), retraiu 2,10% e a escala de abate recuou 0,96 dia
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Conforme balanço apresentado ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Boletim Semanal da Bovinocultura, uma semana após a Operação Carne Fraca, que investiga corrupção no sistema de defesa agropecuária, vários são os reflexos, tanto que já se observa implicações das denúncias sobre os indicadores de preços, como destacam os analistas do órgão. O preço do boi gordo, de segunda-feira (20/03) a sexta-feira (24/03), retraiu 2,10% e a escala de abate recuou 0,96 dia.

“Tendo em vista que o mercado interno que vivíamos não era dos melhores, agora, com esse evento, a situação do pecuarista se complica ainda mais. Diante do mercado nebuloso que se formou nas últimas semanas, o preço do boi gordo e da vaca gorda retraiu 1,24% e 1,25%, sendo comercializados a R$ 125,02 e R$ 120,32, respectivamente”, exemplificam os analistas.

Além da pressão sobre a arroba, como o Diário apresentou no último final de semana, a ação deflagrada pela Polícia Federal no último dia 17, trouxe como impacto a redução das escalas de abate, a saída temporária de alguns frigoríficos do mercado e até mesmo nos volumes exportados que poderão ser contabilizados nos próximos meses. Mesmo sem nenhuma unidade industrial ou servidor do Ministério citados nas investigações, o Estado que detém o maior rebanho de bovinos do país vive as mesmas incertezas que o segmento nacional.

“Os reflexos desse acontecimento {Operação} já atingiram Mato Grosso, deixando a cadeia da bovinocultura de corte em uma situação complicada. Desde o início da semana passada, das 25 plantas frigoríficas em operação no Estado, 13 permaneceram fora do mercado, algumas sem previsão de volta, outras com expectativa de voltar às compras ainda nesta semana”, completam os analistas em parte do Boletim.

Em relação ao mercado externo, dos 11 países que haviam anunciado o embargo, cinco estavam como grandes parceiros de Mato Grosso no ano passado, como China, Hong Kong, Chile, Egito e Argélia, mas China, Egito e Chile revisaram seus posicionamentos e voltaram atrás. “Com o andamento das investigações e a resposta do governo brasileiro ao incorrido, três importantes compradores da proteína bovina mato-grossense (China, Egito e Chile) retiraram o embargo neste fim de semana. Essa notícia veio em boa hora, já que, a quantidade enviada para esses países, em 2016, foi de 128,3 mil TEC, o que corresponde a 46,4% das exportações e 10,5% da produção de carne bovina no Estado, totalizando receita de US$ 360 milhões”.

Como destacam os analistas do Imea, a Argélia manteve o embargo, e embora suas compras sejam pequenas em relação aos demais países (1,9%), pode causar algum impacto no mercado do boi em Mato Grosso.