Retirada da vacina exige fortalecimento

Mato Grosso inicia no dia 1º de maio a primeira etapa da vacinação contra a Febre Aftosa do ano
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Mato Grosso inicia no dia 1º de maio a primeira etapa da vacinação contra a Febre Aftosa do ano. Deverão ser imunizados contra a doença bovinos e bubalinos. A expectativa é que mais de 30 milhões de animais de mamando a caducando recebam a dose. Ao mesmo tempo em que imunizam os animais, os produtores e órgãos de defesa sanitária já trabalham para a retirada da vacina, que deve começar em 2021 e ser concretizada em 2023. Na avaliação da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), é preciso fortalecer a vigilância sanitária, pois se não o fizer nem a vacina será suficiente em caso de um surgimento da doença, que dirá se ocorrer quando a mesma já foi retirada.

No último dia 05 de abril o Brasil comemorou 12 anos sem incidência da doença com vacinação. Na ocasião foi lançado em Brasília (DF) o selo e carimbo comemorativos dos Correios “Brasil Livre da Aftosa”. Já Mato Grosso está há 22 anos sem casos de aftosa.

Hoje no Brasil apenas o estado de Santa Catarina possui o status de estado livre da febre aftosa sem vacinação. O país caminha agora para em 2023 conquistar o status de livre da doença sem vacinação em todo o seu território.

Conforme o diretor-técnico da Acrimat, Francisco Manzi, o Brasil lançou dentro do Plano de Erradicação da Febre Aftosa uma evolução para se retirar a vacina. Porém, ele afirma que não é “puro e simplesmente parar de vacinar”.

São mais de 100 ações traçadas para que essa evolução se concretize e a partir daí o Brasil possa conquistar novos mercados, em especial os mais exigentes.

“A gente vê isso com muito bons olhos, porém é preciso fazer um trabalho muito sério de vigilância. Um trabalho que a gente já vem cobrando das entidades, dos órgãos de defesa, tanto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quanto do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), para que se fortaleça a defesa sanitária para que a gente possa tomar um passo desses”, diz Manzi em entrevista ao site Mato Grosso Agro.

O diretor-técnico da Acrimat afirma que Mato Grosso estar há 22 anos sem casos de febre aftosa é resultado de várias ações desempenhadas, não somente pelos órgãos de defesa sanitárias, mas principalmente pelo produtor rural, pois é ele quem compra, conserva, transporta, vacina e comunica.

“Por isso, nós chegamos nesse ponto. Mas, se não fortalecer a vigilância nem a vacina é suficiente, que dirá tirá-la. Então, a nossa cobrança quanto produtor é que o governo (federal e estadual) olhe para a defesa sanitária como algo fundamental para que a gente possa manter as nossas exportações. É conhecimento de todo mundo que mais de 50% do PIB vem do agronegócio”, frisa Francisco Manzi.

Ainda de acordo com Francisco Manzi, o governo precisa “enxergar a vigilância sanitária como uma segurança pública, como a saúde humana”.

O diretor-técnico da Acrimat destaca também que os médicos veterinários e até mesmo produtores rurais que não tiveram “o sabor de conhecer a febre aftosa há 22 anos atrás, eles tem que ter conhecimento de como é a doença para informar os órgãos de defesa para que se acontecer um foco ele ser rapidamente eliminado”.

Etapa de maio

Segundo o gerente-executivo do Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa-MT), Juliano Latorraca Ponce, todo um trabalho de conscientização será realizado durante o mês de maio quanto a importância e necessidade da vacinação de bovinos e bubalinos de mamando a caducando. Ponce lembra ainda que maio também é o período de imunização contra a brucelose.