Safra com receita recorde de R$ 84 bi

Receita gerada no campo deve superar R$ 84 bilhões no Estado, cifras que consolidam MT como maior produtor e maior gerador de riqueza no país
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A receita da safra 2017/18 , em Mato Grosso, deverá consolidar novo recorde, conforme projeções da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao contabilizar R$ 84,54 bilhões. As cifras impõe um novo recorde para o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), e, ainda representam um avanço anual de 13,82% em relação ao realizado no ano passado, quando o VBP foi de R$ 74,27 bilhões.

Entre 2017 a 2018, a riqueza gerada na agropecuária estadual, cresceu praticamente R$ 1 bilhão.

Com a safra entrando na reta final com as colheitas do milho safrinha e do algodão, a projeção se torna um retrato mais fiel do desempenho das principais culturas mato-grossenses. As estimativas do Ministério consolidam o Estado como o maior gerador de receita no campo, convergindo com a posição de líder nacional na produção de grãos e fibras. Enquanto o VBP de Mato Grosso cresceu em relação ao ano passado, o de São Paulo – principal competidor do nesse indicador – encolheu 6,32%, saindo de R$ 76,82 bilhões para R$ 71,96 bilhões. O VBP é calculado considerando o volume produzido e a média de preços de cada produto, ou seja, a aferindo a renda do campo da porteira para dentro.

As estimativas projetadas ao Estado mostram ainda que o recorde de mais de R$ 84 bilhões representa 70% de toda a receita prevista para o Centro-Oeste, em R$ 121,35 bilhões.

Do total estadual, R$ 69,19 bilhões virão de agricultura – incremento ante os R$ 58,58 bilhões do ano passado – e R$ 15,34 bilhões da pecuária, retração em relação aos R$ 15,68 bilhões do ano passado.

CULTURAS – E é o algodão quem garante o recorde da produção estadual. A cultura dá um salto em faturamento com acréscimo anual de 45,6%, com a receita saindo de R$ 15 bilhões para R$ 21,84 bilhões. Além da pluma, a soja também garantiu o desempenho positivo do VBP com incremento de 16%, saindo de 30,51 bilhões para R$ 35,41 bilhões.

Na direção contrária estão a cana-de-açúcar, cuja receita deve passar de R$ 2,02 bilhões para R$ 1,97 bilhão e o milho de R$ 9,33 bilhões para R$ 8,79 bilhões.

PECUÁRIA – Nesse segmento do agro estadual, apenas bovinos deverão ampliar a receita ao passar de R$ 11,59 bilhões para R$ 11,71 bilhões. Aves têm projeção de R$ 1,74 bilhão ante R$ 1,89 bilhão de 2017, suínos R$ 773,64 milhões ante R$ 956,36 milhões – a maior queda do segmento -, leite de R$ 612 milhões para R$ 530,91 milhões e ovos, de R$ 628,85 milhões para R$ 583,32 milhões.

BRASIL – O VBP estimado até julho para o país é de R$ 563,5 bilhões, 2,2% menor que o apurado no ano de 2017 (R$ 575,9 bilhões). As lavouras tiveram redução de 0,6% e a pecuária de 5,3%, em relação ao ano passado.

Os produtos com melhor desempenho são algodão, com aumento real de 43,2%, cacau (28,6%), café (8,5%), soja (9,8%), tomate (17,2%) e trigo (62,3%). Esses seis produtos representam 37,6% do VBP. Algodão e soja apresentam destaques recordes de valor na série analisada, desde 1990. Ambos são beneficiados por preços mais elevados do que em 2017, e recordes de produção.

De acordo com José Garcia Gasques, coordenador geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, isso faz com que estados líderes nesses produtos, como Mato Grosso e Bahia, apresentem resultados excepcionais de faturamento neste ano.

Na pecuária, todos os itens estão com valores inferiores aos de 2017. Os preços reais encontram-se em níveis menores que no ano passado, principalmente em suínos (-19,2%), frango (-6,3%), leite (-5,2%) e ovos (-11,5%). Preços internacionais mais baixos e redução do consumo interno, são apontados por Gasques como principais fatores que estão afetando o comportamento desse segmento.