Sistema Integração Lavoura-Pecuária começa a mudar a realidade de Vila Rica

Sétimo maior rebanho de Mato Grosso com 615 mil cabeças de gado, o município de Vila Rica (1.320 km de Cuiabá) começa a ver uma transformação em sua estrutura econômica.
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Sétimo maior rebanho de Mato Grosso com 615 mil cabeças de gado, o município de Vila Rica (1.320 km de Cuiabá) começa a ver uma transformação em sua estrutura econômica. A chegada do sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) não só tem proporcionado uma fonte de renda a mais aos produtores, como investimentos na cidade, geração de emprego e renda.

Enquanto cerca de 80% da economia de Mato Grosso gira em torno do agronegócio, em Vila Rica a realidade é outra. São 100%.

“Com certeza a pecuária é a principal fonte de economia de Vila Rica, mas há uma lavoura entrando muito forte”, comenta o prefeito do município Abmael Borges da Silveira em entrevista ao site Mato Grosso Agro.

Vila Rica foi um dos municípios visitados pela Rota 4 do projeto Acrimat em Ação desenvolvido pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). A Rota 4 foi realizada entre os dias 23 e 28 de abril e acompanhada pela reportagem do Mato Grosso Agro.

De acordo com Abmael, Vila Rica possui uma área de 800 mil hectares dos quais 400 mil são agricultáveis. Hoje, são explorados apenas 10% dessa área agricultável com a Integração Lavoura-Pecuária.

“Temos um potencial muito grande. A gente acredita muito no desenvolvimento dessa região”, diz o prefeito. Vila Rica está na tríplice fronteira com os estados do Pará e do Tocantins e é rota para os principais portos da região Norte do Brasil.

Abmael acredita que a Integração Lavoura-Pecuária pode auxiliar o município a crescer e se desenvolver. “Acho que essa integração está apenas começando. A gente acredita muito nisso. Onde vemos que há municípios super desenvolvidos é devido à chegada da lavoura. Hoje, até para a recuperação da pastagem a gente depende da lavoura. O pecuarista para ele recuperar uma pastagem, calcarear, adubar, por capim é inviável. Ele não dá conta”.

Questionado sobre o que tem levado os pecuaristas de Vila Rica a apostarem no sistema Integração Lavoura-Pecuária, o prefeito de Vila Rica afirma que na verdade é um “acompanhamento” das demais regiões produtores de Mato Grosso, como o Médio-Norte, Sul e Sudeste.

“Na verdade os maiores produtores daqui são pessoas que vieram de fora. São produtores de outras regiões de Mato Grosso e que estão investindo aqui. Temos alguns pecuaristas que são de Vila Rica que já estão plantando também. No início era difícil, não deu certo, mas hoje com a coisa acontecendo, com asfalto, energia elétrica está se tornando viável”, frisa Abmael.

A integração entre a lavoura e a pecuária em Vila Rica ocorre há cerca de cinco anos e, conforme o prefeito, o que se vê no município atualmente é um solo fértil e clima para duas safras. Além disso, o fato das terras ainda serem de baixo valor tem atraído produtores e investidores. “Indústrias, armazéns renomados podem vir para cá. Acreditamos nisso e na valorização do nosso produto. Uma coisa é você vender, mandar embora para outro estado ou exportar nosso produto bruto e outra coisa é exportar ou comercializar ele já processado. A Integração Lavoura-Pecuária pode mudar o perfil da cidade”.

Segundo Abmael, Vila Rica conta hoje com vários armazéns para armazenar a produção de grãos em construção. Ele explica que tais armazéns estão sendo construídos pelos próprios produtores, o que acaba gerando mais emprego e renda.

“Temos também outro fator positivo para Vila Rica com a chegada da agricultura. Como estamos na última fronteira temos acesso a três portos. Toda a produção dessa região de Querência para cá passa por Vila Rica. Hoje, passam por Vila de 1.000 a 1.500 carretas por dia com destinos a esses portos e com isso acaba movimentando o comércio. Temos uma área que está preparada para por um grande posto de combustível justamente para dar estrutura para esses caminhoneiros, incluindo borracharia, restaurante. Tudo isso gera emprego e renda. Hoje, a gente vende a soja R$ 4 a R$ 5 mais cara a saca que Sinop devido estarmos mais próximos aos portos”, comenta Abmael.

*A reportagem do site Mato Grosso Agro acompanha a Rota 4 do Acrimat em Ação 2018 à convite da Acrimat.