Produtores rurais, sindicatos e entidades ligadas ao agronegócio e toda sociedade terão papel importante na retirada da vacinação contra a Febre Aftosa, a partir de 2023, em Mato Grosso.
De acordo com o diretor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, todos serão responsáveis pelas ações que garantam a continuidade do status de estado livre da febre aftosa (que Mato Grosso possui há 26 anos, mas com vacinação).
Com a suspensão da vacinação, muitas ações deverão ser feitas para que todo o estado possa permanecer livre da doença, segundo Bernardes. Mato Grosso já tem uma parte de seu território que não vacina mais. Os municípios de Rondolândia e parte dos municípios de Colniza, Juína e Comodoro e Aripuanã foram reconhecidos, em 27 de maio de 2021, pela Organização Mundial de Saúde Animal como “livres de febre aftosa sem vacinação”.
“Os presidentes dos sindicatos têm um protagonismo que vai ter que ser aumentado. E a responsabilidade dos produtores, a partir desta retirada da vacina, aumentará significativamente. Eles terão que ter olhos para sua propriedade e para tudo o que acontece no seu entorno”, afirmou o diretor, durante o V Fórum Estadual de Vigilância para Febre Aftosa, realizado na última semana, em Cuiabá.
O Fórum é uma ação idealizada para estimular a participação dos produtores rurais e da sociedade na execução do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA). O evento foi organizado pela equipe gestora estadual do PNEFA e transmitido pela internet, por meio do canal da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), no Youtube.
Para o diretor, entidades como a Acrimat, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) também serão necessárias para divulgação de informações e apoio para a conscientização de todos os envolvidos na cadeia da carne.
“As coisas poderão continuar e melhorar se todos nós participarmos e efetivamente nos sentirmos responsáveis por esse processo. Muitas ações terão que ser efetuadas. Talvez muito mais do que tenhamos feito até hoje. Nós temos uma base que poucos estados têm: uma estrutura de um órgão que funciona, um fundo com recursos que não são volumosos, mas que garante todas as ações necessárias para que, ocorrendo um desastre, possamos minimizá-los o mais rápido possível”, disse.
Ainda segundo Bernardes, este é um momento histórico que o setor produtivo de Mato Grosso está vivendo e também importante para que se mantenha a excelência da pecuária mato-grossense, que é destaque nacional e internacional. Hoje, Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do Brasil, com 32 milhões de cabeças de gado.
“O mundo está de olho no Brasil, na nossa produção de carne bovina. Exatamente porque somos um concorrente absolutamente imprescindível. Somos o maior fornecedor de alimentos para o mundo”, concluiu José Bernardes.