Toda atenção às infestações de carrapatos

Nesta época do ano, o ambiente fica propício para a multiplicação da praga. Pesquisadores apresentam nova forma de controle
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Uma das doenças mais importantes que afeta os rebanhos é a carrapatose, causando enormes prejuízos e grande desconforto para os animais, prejudicando o seu desenvolvimento e produção. Isso porque os carrapatos, além dos problemas que normalmente causam, também transmitem doenças que afetam de forma drástica o animal. Estas doenças são a babesiose e a anaplasmose, que fazem parte do complexo “tristeza parasitária”.

8144Nesta época do ano, com a chegada do período das chuvas, pode haver um aumento na umidade do ar e de temperatura, ambiente propício para a multiplicação do carrapato-do-boi (Rhipicephalus microplus). Diante desse cenário, os pesquisadores da Embrapa (Campo Grande-MS), baseados em recomendações e dados de pesquisas já disponíveis, apresentam uma nova proposta de controle de carrapatos, associada ao manejo da pastagem para bovinos de corte, na fase de recria, com ênfase em animais cruzados.

De acordo com Renato Andreotti, pesquisador da Embrapa e um dos idealizadores do projeto, a proposta foi construída para orientar produtores na implantação de um sistema produtivo que alia intensificação da produção à base de pasto com a minimização da infestação por carrapatos no rebanho.

Ele complementa que esse manejo intensivo da pastagem, em teste, será avaliado e validado em curto prazo, a partir de março de 2017, em um projeto com aporte da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A metodologia consiste em dividir em quatro quadrantes, uma área fixa de 100 hectares, formada por braquiária brizantha, em plena produção, em região de Cerrado no Mato Grosso do Sul. A pastagem terá adubação de manutenção, durante as chuvas e logo após cada pastejo. Os 100 animais cruzados (Nelore x Angus), em recria, colocados na área, ficarão em rotação, por período fixo de 30 dias em cada piquete.

O pesquisador explica que a finalidade de estabelecer um prazo de 90 dias para o retorno ao primeiro piquete, atende ao mínimo de 82,6 dias como período estimado para uma “limpeza da pastagem”, em relação à população de larvas infestantes, permitindo que a prática seja utilizada como medida complementar para o controle do carrapato.

O excedente de forragem, segundo o médico-veterinário, será armazenado em forma de feno para uso na estação seca, como volumoso. Ao final do ciclo de um ano, a equipe, composta por Andreotti, Fernando Alvarenga Reis (Embrapa Caprinos e Ovinos), Jacqueline Cavalcante Barros, Vinícius da Silva Rodrigues e Marcos Valério Garcia, espera que o ganho esperado seja além da produção de animais com peso ideal no final da recria.